O primeiro fundo de índice (ETF) atrelado a criptomoeda dos Estados Unidos (EUA) estreou nesta terça-feira (19) como um dos lançamentos mais bem sucedidos desse tipo de investimento. Tanto que o Proshares Bitcoin Strategy fechou o dia batendo US$ 1 bilhão (cerca de R$ 5,5 bilhões) em negociação na Bolsa de Nova York (NYSE).
Segundo a Blooomberg, foi a segundo maior negociação de um ETF novo. O fundo começou com recursos de US$ 20 milhões de investidores iniciais. Mas, chegou a US$ 570 milhões em ativos no primeiro dia.
O ETF está atrelado a contratos futuros de bitcoin. Mas, a autorização para negociação de um ETF de criptomoedas nos EUA está puxando não apenas a negociação desse tipo de contrato na Bolsa de Chicago. Está também puxando, desde sexta-feira, o preço da moeda no mercado. Hoje, o valor chegou a US$ 64,3 mil.
A cota do ETF da Proshares começou a US$ 40 e fechou a U$ 41,89, uma alta de 4,7%. A negociação foi de 29 milhões de cotas, em especial por investidores individuais. Isso indica a receptividade que ETFs por quem quer exposição a criptomoedas sem passar por corretoras e por custódia própria das moedas, por exemplo.
Além de animar as transações de bitcoin, o sucesso do ETF pode fazer a fila andar mais rápido na Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC na sigla em inglês). Nela, há cerca de 40 pedidos de ETFs de criptomoedas. O primeiro pedido aconteceu em 2013 pelos co-fundadores do Facebook, os irmãos Winklevoss, da Gemini.
Grayscale pede para converter fundo em ETF de Bitcoin Spot
A animação é tanta que a Grayscale, que foca em investimentos e análises sobre criptomoedas, pediu à SEC para converter um fundo que tenta seguir bitcoin, o Grayscale Bitcoin Trust, num ETF de Bitcoin Spot. Portanto, num investimento que segue a cotação do mercado à vista, de entrega imediata. Ocorre que a SEC autorizou o ETF da Proshares alegando que esse segue contratos futuros. Assim, podem dar mais segurança aos investidores sobre preços da criptomoeda.
“Nossa esperança e expectativa é a de que se os reguladores estão confortáveis com ETFs que oferecem exposição a bitcoin no formato de contratos futuros, estão suficientemente confortáveis com o ativo subjacente (ou seja, bitcoin) para aprovar um ETF spot para o mesmo ativo”, afirmou a empresa num comunicado.
O Brasil é um dos poucos países do mundo a ter ETFs de criptomoedas. São cinco na B3, sendo três da Hashdex e dois da QR Capital. Essa última chegou, na última sexta-feira, a R$ 1 bilhão de ativos sob gestão em seus
fundos ativos, que incluem dois ETFs e quatro fundos multimercado.