O Mercado Bitcoin, maior plataforma de criptomoedas e ativos digitais da América Latina, fechou parceria com o Club de Regatas Vasco da Gama para fazer a primeira tokenização do mundo de direitos de mecanismo de solidariedade de jogadores de futebol.
Serão criados 500 mil tokens de 12 atletas formados nas divisões de base do clube e o lançamento está previsto para dezembro. O valor inicial é de R$ 10 milhões, ou seja, R$ 20 por token, mas segundo os parceiros, poderá superar R$ 50 milhões. A compra pode ser feita por brasileiros e estrangeiros na plataforma do Mercado Bitcoin.
O mecanismo de solidariedade é uma regra da Fifa e prevê que a cada transferência de um jogador, 5% do valor negociado vá para o clube que contribuiu para formar o atleta. O valor é proporcional ao tempo que o jogador ficou no time.
Como o Vasco não tem mais ingerência nas negociações desses jogadores, porque já estão em outros clubes, quem tiver o token receberá sua parte pelo mecanismo de solidariedade se e quando as operações acontecerem.
Os jogadores tokenizados do Vasco já estão em outros clubes, inclusive fora do país. Cada token corresponderá a uma parte dos direitos de mecanismo de solidariedade de atletas como Philippe Coutinho, Douglas Luiz, Alex Teixeira e Allan, que atuam na Europa e Ásia e já foram convocados para a seleção brasileira.
Jogador / Atleta | Clube Atual |
Josef de Souza Dias | Beşiktaş, Turquia |
Douglas Luiz Soares de Paulo | Manchester City F.C, Inglaterra |
Philippe Coutinho | Futbol Club Barcelona, Espanha |
Alex Teixeira Santos | Jiangsu Suning, China |
Paulo Henrique Sampaio Filho (Paulinho) | Bayer 04 Leverkusen, Alemanha |
Allan Marques Loureiro | Everton, Inglaterra |
Evander da Silva Ferreira | FC Midtjylland, Noruega |
Luan Garcia Teixeira | Sociedade Esportiva Palmeiras, Brasil |
Mateus da Silva Vital Assumpção | Sport Club Corinthians Paulista, Brasil |
Alan Kardec de Souza Pereira Jr. | Chongqing Lifan FC, China |
Marrony da Silva Liberato Silveira | Clube Atlético Mineiro, Brasil |
Nathan Santos de Araújo | Boavista Futebol Club, Portugal |
A tokenização será feita pelo Mercado Bitcoin Digital Assets (MBDA). Os tokens estão na plataforma do MB, que já fez uma pré-compra de 20% das 500 mil unidades. O acordo também prevê que o MB tenha sua marca na camisa do Vasco por até 8 jogos. O MBDA vai receber 5% dos tokens pela prestação dos serviços de operacionalização. O Vasco ficará com os 75% restantes dos tokens.
“Esse é um token que deve mudar a maneira como o futebol trata o mecanismo de solidariedade. O Vasco é o primeiro clube do mundo a contar com esse token, mas queremos que outros clubes possam ter acesso a ele. Confiamos que estamos criando uma nova fonte de receita para os clubes”, afirma Reinaldo Rabelo, CEO do Mercado Bitcoin.
Segundo o presidente do Vasco, Alexandre Campello, “desde 2018, o clube vem buscando possibilidades de utilização de criptoativos para gerar novas receitas e recursos financeiros”.
Para implantarem o projeto, os parceiros buscaram pareceres jurídicos de advogados especialistas em futebol, moedas digitais e regulamentação de valores mobiliários, além de consultarem a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para confirmar o entendimento de que o token não se caracteriza como valor mobiliário.
Para calcular o valor dos tokens, a MBDA e o Vasco da Gama usaram o valor dos jogadores estimados no Transfermarket, site especializado no assunto, e o potencial de valorização ou desvalorização estimado para os jogadores, considerando-se avanço da idade e possíveis transações futuras. Assim é que se chegou ao valor atual de R$ 50 milhões.
O MBDA vai receber 5% dos tokens pela prestação dos serviços de operacionalização. O Vasco ficará com 75% (20%, além dos 5%, serão do MBDA, por conta da pré-compra).
Tokenizar ativos de todos os tipos – ou dividir algo em pedaços – é uma das possibilidades que blockchain oferece. Com isso, além de se criar um instrumento financeiro que pode gerar renda, o preço para se ter uma parte do que foi tokenizado é mais acessível, democratizando o investimento.