Investidores em startups colocam blockchain e cripto no topo das tecnologias mais promissoras

Investidores querem apostar mais em startups fora da Bay Area. Free-Photos, Pixabay.

Investidores em startups nos Estados Unidos (EUA) colocaram blockchain e criptoativos como o segmento de tecnologia mais promissor em 2021. Já os fundadores de startups, será o quinto principal. Esse é o resultado de um levantamento do venture capital Nfx com 526 entrevistados, no final de 2020. A resposta positiva foi dada por 30,25% dos investidores.

Além dessa previsão, a maioria dos fundadores (71,56%) e dos investidores (64,18%) acreditam que nos próximos três anos, blockchain será uma tecnologia comum. O restante nesses dois grupos acredita que o uso de blockchain não vai progredir.

Um exemplo desse interesse é o da PayPal Ventures, que hoje (7) anunciou investimento na startup TaxBit. A empresa tem um software que calcula os imposts sobre criptos para usuários e lojistas.

Quando a pesquisa foi feitas, os entrevistados nem sabiam ainda do anúncio de IPO da Coinbase, o que poderia ter influenciado ainda mais as respostas.

Investidores estão mais animados do que fundadores de startups. Imgem: NFX

A pesquisa não mostra porque os investidores em startups veem blockchain com tão bons olhos. É possível que o rally de preços do bitcoin desde o final de 2020, o boom de finanças descentralizadas no semestre ano passado e o maior conhecimento sobre a tecnologia contribuam para essa percepção. Uma vez que venture capitals olham para negócios escaláveis, os de criptos podem estar chamando a atenção deles.

Depois de passar pelo período de hype, em que muita gente achou que podia resolver qualquer problema com blockchain, a tecnologia caiu num limbo. Isso é normal, conforme mostra levantamento do Gartner. Mas agora, parece que volta a ser a bola da vez ou algo assim. Porém, volta de uma forma, aparentemente, mais madura. Há mais pessoas entendendo do que se trata blockhain e quando é recomendável usá-la.

Investidores em startups de criptos

Se o interesse dos investidores é em criptoativos, houve movimentos em 2020 que indicaram potencial de maior uso. Dentre estão a aceitação de criptos pelo PayPal e Visa. Assim como também houve confirmações do regulador bancário dos EUA de que as instituições podem realizar determinados operações e serviços que envolvem empresas do setor ou moedas estáveis.

Agora, se o movimento se deve ao frenesi causado pelo rally do preço do bitcoin, que anda batendo recorde sobre recorde, a visão também deve ser muito positiva, apesar da volatilidade da cripto.

Disputa com ouro

Segundo uma análise do J.P. Morgan, que faz comparações com o ouro, o preço do bitcoin teria de chegar a US$ 146 mil para ter um market cap equivalente ao do metal nas mãos de investidores. Esse market cap é US$ 2,7 trilhões. O do bitcoin está agora (18h11) em US$ 1,04 trilhão quase um terço do valor em ouro.

Só que a sua alta volatilidade afugenta investidores institucionais que gostam de ouro. Portanto, o banco diz isso essa redução de volatilidade, aumento de demanda e de preço só poderá acontecer no longo prazo. O JP lembra também que as novas gerações preferem ativos digitais, como o “ouro digital”, no caso bitcoin e isso pode ajudar a aumentar seu market cap no futuro.

Investidores e fundadores acham que em três anos, blockchain será tecnologia comum. Imagem: Nfx

Em sua análise desta semana, o Mercado Bitcoin indica que os preços estão esticados e pode haver uma correção, assim como diz o J.P.

“Caso queira entrar a qualquer custo (no mercado de criptos), comece com um aporte menor durante esta alta. Espere uma correção para aumentar mais intensamente as posições. Evite ser vítima do Fomo (sigla em inglês para medo de perder uma chance).

E aí vem uma informação importante de mercado: “historicamente, as correções do BTC costumam durar cerca de 25% a 40%, mas agora com a entrada em massa dos institucionais, podemos estar iniciando um novo padrão de correções menores.”

A pesquisa da Nfx também trouxe outros dados interessantes, como o de que a maioria dos investidores estão interessados em diversificar seus investimentos geograficamente. Eles dizem que querem colocar dinheiro em startups fora de hubs como Bay Area, em São Francisco, Nova York, Los Angeles e Seattle. Alguns fundadores e investidores até dizem que vão sair de Bay Area.

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