PF prende fundador do Bitcoin Banco, que já tinha dado golpes na Europa e EUA

Texto do Congresso quer regulação pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Foto: Dmitry Demidko, Unsplash

A Polícia Federal (PF) prendeu, nesta segunda-feira (5), Claudio Oliveira, fundador do Bitcoin Banco e suspeito de aplicar um golpe de R$ 1,5 bilhão em seus 7 mil clientes. A prisão aconteceu com a deflagração da Operação Daemon no Paraná.

Oliveira teria conseguido dar um suposto no Brasil, segundo a PF, mesmo depois de ser preso em Portugal e extraditado para a Suíça por crime financeiro naquele país. Também é fichado em Miami. E aqui, disse que operava o equivalente a R$ 500 milhões em bitcoin por dia. Só que não era nada na rede bitcoin, mas numa plataforma sua, ou seja, falsa.

O Bitcoin Banco em 2018 até o início de 2019. Oliveira se autointitulou Rei do Bitcoin. Ele chegou a contratar uma da principais agências de relações públicas do país para divulgar seu suposto negócio para a imprensa. Uma funcionária do banco fazia propaganda no programa de Amaury Júnior.

Mas, no início de 2019, da noite para o dia, o banco suspendeu os saques, alegou que o motivo era um ataque de hacker, que nunca provou, e o negócio ruiu. Chegou a pedir, e conseguiu, recuperação judicial. Mas, não cumpriu as obrigações que a justiça determinou. E não só isso: continuou a oferecer investimentos.

De acordo com a Polícia Federal, agora, o objetivo é aprofundar a apuração “da prática de crimes falimentares, de estelionato, lavagem de capitais, organização criminosa, além de delitos contra a economia popular e o sistema financeiro nacional”. E tentar ressarcir, ao menos em parte o que os clientes perderam. Portanto, vai continuar a investigar o patrimônio do grupo, inclusive criptomoedas.

Donos do Banco Bitcoin não cumpriram acordos

Assim como Oliveira, sua esposa Lucinara e mais três pessoas foram presas. Houve, ainda, decretação judicial de sequestro de imóveis e bloqueio de valores. Isso inclui dinheiro, carros de luxo, inclusive uma Maserati, e joias.

Tudo, segundo as suspeitas, comprado com o dinheiro dos clientes da empresa. O Bitcoin Banco chegou a fazer acordos extrajudiciais para devolver os valores, mas nunca cumpriu. E não só: em 2020, também continuava a oferecer investimentos.

Portanto, quando os clientes colocavam seus recursos na empresa achando que estavam comprando bitcoin, na verdade estariam, sem saber, dando recursos para o grupo gastar como queria.

Segundo o delegado da operação, Filipe Hille Pace, o grupo nunca conseguiu provar que tinha uma carteira com 7 mil bitcoins. Porém, para justificar os ganhos havia, por exemplo, uma arbitragem entre duas corretoras com ganho pré-definido. E houve desvios de recursos por meio de laranjas.

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