O presidente dos Estados Unidos (EUA), Joe Biden, propôs hoje (20) que empresas que recebam transferências de mais de US$ 10 mil declarem a transação à Receita Federal do país, o Internal Revenue Service (IRS). Portanto, isso significa dar às criptomoedas o mesmo tratamento de transferências em dólar.*
A proposta faz parte de um plano de Biden para diminuir a evasão fiscal. No Plano das Famílias Americanas, o presidente diz que precisa investir mais nas crianças e famílias e gerar mais justiça no sistema de tributos. Assim, precisa que os norte-americanos paguem o que devem.
Após a divulgação do plano, a cotação do bitcoin, que tinha recuperado a perda dramática de quarta-feira (19), caiu. Depois de chegar a US$ 42.406, voltou ao patamar abaixo de US$ 40 mil, ficando em torno de US$ 38,6 mil.
Além de se preocupar com a evasão, o governo está de olho no uso das criptomoedas em atividades ilegais. As criptos são uma porção pequena das receitas dos negócios, diz o documento. No entanto, “deverão crescer em importância na próxima década. Em especial com um regime de declaração financeira”.
O buraco que Biden quer fechar na evasão tributária foi de quase US$ 600 bilhões em 2019. Pode chegar a US$ 7 trilhões na próxima década, ou seja, cerca de 15% dos impostos devidos.
Declaração de criptomoedas foi “digerida” pelo mercado
Apesar da queda após o plano, o preço do bitcoin se recuperou. Às 16h59, era cotado a US$ 40.249, alta de US$ 1,94 em 24 horas e queda de 17,69% em uma semana. As principais moedas também operavam em alta nas últimas 24 horas. Às 19h40, estava em U$ 39.880, alta de 1,69% em 24 horas e queda de 19,66% em sete dias.
Esta quinta-feira ainda foi de volatilidade, mas a baixa não chegou ao patamar de ontem. Às 19h50, a variação da moeda em 24 horas estava entre US$ 35 mil e US$ 42 mil. O valor total de mercado das criptomoedas estava em US$ 1,77 trilhão.
Em comunicado aos clientes, a gestora Hashdex afirmou que a queda de ontem nos preços dos criptoativos foi a pior volatilidade desde em março de 2020. De acordo com a empresa, as declarações de Elon Musk sobre bitcoin na Tesla não afetam as teses de investimento.
Já, a China reiterar proibição de operações com criptomoedas por instituições financeiras e de pagamentos, pode. “O aperto na regulação pode restringir a liquidez dos mineradores e dificultar o trabalho das exchanges de lá, o primeiro impactando a segurança da rede e o segundo, a liquidez do ativo”, afirma o comunicado.
Mas, a empresa acredita que por serem moedas descentralizadas, limitações em um país são obstáculos transitórios. E que a China pode mudar de ideia se perceber que está perdendo espaço no mercado. Como muita gente comprou criptoativos os últimos meses de alta, houve quem decidiu realizar o lucro, acrescentou.