Real digital: Caixa, Elo e Microsoft testarão parcelas no cartão e compra de imóveis

Maria Rita Serrano. Foto: Rafa Neddermeyer, Agência Brasil.

O consórcio da Caixa Econômica Federal, Elo e Microsoft para o piloto do real digital vai fazer testes para uso de ativo digital no pagamento parcelado de cartão e de compra de imóveis. Além disso, no futuro, o banco poderá pagar benefícios sociais e trabalhistas com a nova versão do real. Foi o que disse nesta quarta-feira (26) a presidenta da Caixa, Maria Rita Serrano. O real digital está em fase de piloto e a previsão é que comece a chegar ao público no final de 2024.

Maria Rita fez a declaração durante evento de apresentação do consórcio “Dá para pensar em pagar benefícios sociais e trabalhistas com moeda tokenizada no futuro”, afirmou. De acordo com ela, o banco pretende aproveitar o real digital para mesclar digitalização financeira e inclusão social. “A Caixa está em 99% dos municípios brasileiros e 155 milhões de clientes. É um grande celeiro para testar soluções.”

Segundo o vice-presidente de Finanças do banco, Marcos Brasiliano Rosa, a Elo permitirá o desenvolvimento de opções de criptoativos com pagamento em parcelas, como ocorre com a fatura do cartão de crédito, segundo a Agência Brasil. Enquanto isso, a Microsoft entrará com a experiência tecnológica.

Caixa contribui com capilaridade para real digital

Para o vice-presidente de Serviços Financeiros da Microsoft Brasil, Júlio Gomes, um dos produtos que o consórcio vai desenvolver será a compra de imóveis pelo real digital. O processo funcionaria como um Pix para a aquisição e o pagamento de prestações da casa própria. “A principal contribuição desse processo seria aumentar a velocidade e reduzir o custo dos financiamentos habitacionais”, declarou.

Maria Rita afirmou que a Caixa entra em vantagem nesse processo porque lidera a concessão de crédito imobiliário no país. Assim, poderá influenciar todo o mercado ao adotar o real digital nas transações. “O financiamento habitacional demora, em média, 25 dias até chegar o registro em cartório. Tem condições de agilizar e melhorar o atendimento”, comentou a presidenta da Caixa.

Microsoft está em vários consórcios

Equipe do consórcio da esq. à dir.: Kleumer Siqueira (Microsoft), Luiz Andrade (Caixa), Davi Cunha e Júlio Gomes da Microsoft, Marcos Brasiliano (Caixa), João Aragão (Microsoft), Eduardo Merigui (Elo), Gabriel Queiroz (Elo), Rafael Silva (Caixa), Fernando Nicola (Elo), Evandro Avellar (Caixa).

Para a Microsoft, a Caixa é importante no projeto por conta de sua capilaridade, que inclui também 26,9 mil pontos de atendimento. É o maior da América Latina, afirma a empresa que está em ao menos de quatro projetos do piloto. Esse consórcio com Elo e Caixa entrou no grupo de 16 projetos depois de uma reavaliação do BC. Na ocasião, também foi aceito o grupo que inclui Mercado Bitcoin, Mastercard, a registradora de recebíveis CERC, Sinqia e Genial Investimentos.

O representante da Microsoft lembrou que o consórcio ainda está construindo os sistemas que vai acoplar à plataforma de testes do real digital. A plataforma usa Hyperledger Besu. O piloto vai começar com títulos do Tesouro. Os testes começam em setembro e a segurança é um fator chave que o BC quer testar. E depois devem vir os testes de outros produtos e soluções tecnológicas fora das diretrizes mínimas que o regulador estipulou.

“A partir daí [da conclusão dos sistemas], os times [do consórcio] também trabalham nos produtos a serem criados em cima dessa rede. Há soluções mais tradicionais, como tokenizar alguns ativos para reduzir fricções e custos no sistema financeiro, mas haverá soluções fora da caixa”, declarou Gomes.

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