O criação de uma moeda digital do banco central da China é uma ideia muito bem aceita por empresas, inclusives estrangeiras, e instituições financeiras. A conclusão é de uma pesquisa com 643 entrevistados feito pelo China Construction Bank e a plataforma de notícias The Asian Banker.
De acordo com o “Relatório de internacionalização RMB 2020 – Estabilidade, fortaleza e fortitude”, a moeda digital é vista como positiva por 84% das empresas domésticas, 78% das instituições financeiras e 61% das empresas estrangeiras.
A China tem um plano, já anunciado, de investir muito em blockchain e de fato há muitos projetos no país usando a tecnologia. Mas quando divulgou que teria uma moeda digital de banco central (CBDC, na sigla em inglês), deixou outros bancos centrais de orelha em pé.
Somado a isso, teve o anúncio da Libra pelo Facebook. Resultado: parece ter acelerado o número de bancos centrais pelo mundo que estudam o assunto. Até o Brasil está nisso, embora em estágio muito inicial, aparentemente.
Uso crescente
As perspectivas para o uso internacional de renminbi em 2020 são otimistas, apesar das incertezas sobre o impacto da epidemia do Covid-19 e do comércio na abertura contínua do setor financeiro, diz o relatório.
Segundo a pesquisa, o uso internacional da moeda chinesa continuou avançando em 2019. “Entre todos os produtos e serviços internacionais de renminbi, o uso em acordos comerciais internacionais cresceu mais rapidamente, com mais da metade dos entrevistados apontando esse avanço – 65% empresas estrangeiras, 51% empresas domésticas e 67% instituições financeiras.”
Para 52% das empresas estrangeiras, o renminbi reduz o risco cambial e afeta de forma positiva os preço. Em 2018, o percentual era de 42%. E 19% das empresas estrangeiras disseram que só usam a moeda se for um pedido das contrapartes, ante 25% em 2018.
A abertura do mercado de capitais promoveu o uso do renminbi e o mercado interbancário de títulos ainda é o canal de investimento mais popular para instituições estrangeiras, segundo o levantamento.