Instituições estão na “fila da banda larga” para se integrarem à plataforma Drex

Fabio Araujo, do BC, que coordena piloto do Drex.

Dos 16 grupos que participam do piloto do real digital, 11 já têm nó na plataforma Drex. Alguns dos grupos ainda não acessaram a rede por não terem conseguido a banda larga necessária ou por já terem conseguido, mas aguardam a integração pelo Banco Central. Há participantes que afirmam ao Blocknews que os provedores tiveram alta demanda e estão aos poucos entregando os pedidos, o que não é algo que consideram grave. Outro ponto é que o Banco Central (BC) não tem como fazer a integração rápida de quem já conseguiu a banda e isso se deve em parte à operação padrão dos servidores.

Como noticiou o Blocknews, alguns dos participantes do piloto do Drex precisarão ter dois links de 10 Mbps com a Rede do Sistema Financeiro Nacional (RSFN). E isso pode fazer o piloto do real digital ir até maio de 2024. As instituições financeiras grandes não têm esse problema porque já atuam com alta volumetria.

O BC já criou os primeiros Títulos Públicos Federais Tokenizados (TPFt) fictícios na conta da Secretaria do Tesouro Nacional (STN) e na segunda-feira passada transferiu cotas dos ativos para as contas dos participantes que já estão na rede. Mas, não houve contrapartida financeira. Assim, nesta primeira fase o regulador vai testar o protocolo de entrega contra pagamento (DvP).

De acordo com o BC, os nós já podem começar a simular compra e venda de títulos entre eles e entre clientes simulados. Os testes vão incluir desde a emissão de Letras do Tesouro (LTNs) e Letras Financeiras do Tesouro (LFTs) fictícias à negociação e liquidação do leilão.

As instituições financeiras habilitadas no Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Selic) é que podem participar dos leilões tradicionais de títulos públicos no atacado. Essa plataforma faz registro, custódia e liquidação dos títulos públicos. Para as pessoas físicas, esses títulos são oferecidos por meio do Tesouro Direto.

Os grupos do piloto estão simulando vários tipos de operações no atacado e varejo, como criação de carteiras, emissão e destruição de Drex e transferências simuladas entre bancos e clientes. “Todos os participantes conectados já realizaram ao menos alguns desses tipos de transações, sendo que cerca de 500 operações foram conduzidas com sucesso”, afirmou. 

“Prevê-se a operação da primeira fase do Piloto até meados de 2024,  com o desenvolvimento ainda de outras facilidades na fase seguinte, que permitirão ao BC avaliar o desempenho da plataforma ao final”, disse o regulador. “Da mesma forma que o Pix democratizou o acesso a serviços de pagamentos, o Drex está sendo desenvolvido para democratizar o acesso a serviços financeiros, como crédito, investimento e seguros”, afirma Fabio Araujo, coordenador do projeto do Drex no BC.

Segundo Araujo, a cada semana um tipo novo de simulação de operação vem sendo realizado pelas instituições participantes. “As operações que estão sendo disponibilizadas para teste na rede são referentes a criação de carteiras para os participantes, que operam com Drex de atacado, e criação de carteiras para clientes finais, que operam com Drex de varejo. Além da criação de carteiras, os participantes já começaram a realizar operações de transferência, que podem ser diretamente entre participantes, entre um participante e seu clientes, entre clientes de um mesmo participante e até mesmo entre clientes de diferentes participantes”, afirma. 

“Para que os testes possam prosseguir para fase de soluções de privacidade, é necessário que os participantes tenham familiaridade com as operações básicas da plataforma Drex”, afirmou Rogério Lucca, chefe do Departamento de Operações Bancárias e de Sistema de Pagamentos (Deban) do BC.

“É importante ressaltar que essas são as primeiras operações de um sistema complexo e que a tendência é o número de operações cresça de forma acelerada uma vez que os primeiros testes de cada participante sejam realizados. O alto engajamento é mais um sinal do potencial que os participantes enxergam na plataforma para o desenvolvimento e a oferta futura de soluções inovadoras”, completou.

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