Dos 16 grupos que participam do piloto do real digital, 11 já têm nó na plataforma Drex. Alguns dos grupos ainda não acessaram a rede por não terem conseguido a banda larga necessária ou por já terem conseguido, mas aguardam a integração pelo Banco Central. Há participantes que afirmam ao Blocknews que os provedores tiveram alta demanda e estão aos poucos entregando os pedidos, o que não é algo que consideram grave. Outro ponto é que o Banco Central (BC) não tem como fazer a integração rápida de quem já conseguiu a banda e isso se deve em parte à operação padrão dos servidores.
Como noticiou o Blocknews, alguns dos participantes do piloto do Drex precisarão ter dois links de 10 Mbps com a Rede do Sistema Financeiro Nacional (RSFN). E isso pode fazer o piloto do real digital ir até maio de 2024. As instituições financeiras grandes não têm esse problema porque já atuam com alta volumetria.
O BC já criou os primeiros Títulos Públicos Federais Tokenizados (TPFt) fictícios na conta da Secretaria do Tesouro Nacional (STN) e na segunda-feira passada transferiu cotas dos ativos para as contas dos participantes que já estão na rede. Mas, não houve contrapartida financeira. Assim, nesta primeira fase o regulador vai testar o protocolo de entrega contra pagamento (DvP).
De acordo com o BC, os nós já podem começar a simular compra e venda de títulos entre eles e entre clientes simulados. Os testes vão incluir desde a emissão de Letras do Tesouro (LTNs) e Letras Financeiras do Tesouro (LFTs) fictícias à negociação e liquidação do leilão.
As instituições financeiras habilitadas no Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Selic) é que podem participar dos leilões tradicionais de títulos públicos no atacado. Essa plataforma faz registro, custódia e liquidação dos títulos públicos. Para as pessoas físicas, esses títulos são oferecidos por meio do Tesouro Direto.
Os grupos do piloto estão simulando vários tipos de operações no atacado e varejo, como criação de carteiras, emissão e destruição de Drex e transferências simuladas entre bancos e clientes. “Todos os participantes conectados já realizaram ao menos alguns desses tipos de transações, sendo que cerca de 500 operações foram conduzidas com sucesso”, afirmou.
“Prevê-se a operação da primeira fase do Piloto até meados de 2024, com o desenvolvimento ainda de outras facilidades na fase seguinte, que permitirão ao BC avaliar o desempenho da plataforma ao final”, disse o regulador. “Da mesma forma que o Pix democratizou o acesso a serviços de pagamentos, o Drex está sendo desenvolvido para democratizar o acesso a serviços financeiros, como crédito, investimento e seguros”, afirma Fabio Araujo, coordenador do projeto do Drex no BC.
Segundo Araujo, a cada semana um tipo novo de simulação de operação vem sendo realizado pelas instituições participantes. “As operações que estão sendo disponibilizadas para teste na rede são referentes a criação de carteiras para os participantes, que operam com Drex de atacado, e criação de carteiras para clientes finais, que operam com Drex de varejo. Além da criação de carteiras, os participantes já começaram a realizar operações de transferência, que podem ser diretamente entre participantes, entre um participante e seu clientes, entre clientes de um mesmo participante e até mesmo entre clientes de diferentes participantes”, afirma.
“Para que os testes possam prosseguir para fase de soluções de privacidade, é necessário que os participantes tenham familiaridade com as operações básicas da plataforma Drex”, afirmou Rogério Lucca, chefe do Departamento de Operações Bancárias e de Sistema de Pagamentos (Deban) do BC.
“É importante ressaltar que essas são as primeiras operações de um sistema complexo e que a tendência é o número de operações cresça de forma acelerada uma vez que os primeiros testes de cada participante sejam realizados. O alto engajamento é mais um sinal do potencial que os participantes enxergam na plataforma para o desenvolvimento e a oferta futura de soluções inovadoras”, completou.