No próximo domingo (15), a pedido do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), 26 empresas vão testar suas propostas de modernização do sistema eleitoral brasileiro, sendo que cinco delas são soluções em blockchain. Os testes fazem parte do projeto “Eleições do Futuro”. O Brasil já tem a maior eleição informatizada do mundo e agora segue os passos de outros países, como os Estados Unidos (EUA), que estão testando blockchain em votações.
As cinco empresas que demonstrarão ao TSE seus projetos são Criptonomia, GoLedger, Instituto Nacional de Excelência em Políticas Públicas (Inepp), OriginalMy e Waves Enterprise . Os testes serão em Curitiba, Valparaíso de Goiás e em dois locais da cidade de São Paulo.
“Entendemos que a tecnologia blockchain traz para o processo eleitoral tudo o que o TSE e os cidadãos brasileiros querem, confiança”, disse em press release ao Blocknews Otávio Soares, COO da GoLedger. Os mecanismos atuais já garantem a segurança do voto, mas o sistema ainda desperta desconfiança de uma parte da sociedade, completou.
A GoLedger vai testar sua plataforma em Valparaíso. Seu sistema, o GoVote, foi construído em Hyperledger Fabric e tem três blockchains permissionadas (fechadas).
Três blockchains
De acordo com Soares, a primeira blockchain tem a representação da comissão eleitoral, sem acesso externo, que registra todas as requisições identificadas. Existe para identificar o eleitor através de usuário, senha, biometria e pelo fornecimento da cédula assinada pela comissão eleitoral digital de maneira. É uma cédula por eleitor e não tem sua identificação.
Na segunda estão as organizações com fé pública, responsáveis pela identificação das cédulas digitais emitidas pela comissão eleitoral e, se solicitado, trocarão a cédula digital do eleitor.
A terceira camada é a das zonas eleitorais, que terão blockchain permissionada só para elas. É aí que os votos serão registrados, com a legitimação das cédulas. Os votos são agrupados em diferentes livros-razão, um para cada candidato.
A votação também pode ser por aplicativo de celular, através de uma assinatura digital única para cada votação online. “O aplicativo permite que a gravação da cédula no blockchain da zona eleitoral seja efetuada, com a identificação do voto no candidato escolhido, mas sem possibilidade de identificar o eleitor,” diz o COO.
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