O Blockchain Research Institute (BRI) Brasil enviou, hoje (9), uma carta ao governador do Paraná, Carlos Massa Ratinho Júnior (PSD), em que defende que o modelo adotado para o projeto Harpia, de combate à fraude nas compras públicas com o uso de blockchain, terá um custo desnecessário de R$ 25 milhões para o estado e vai limitar a adoção do uso pelo setor privado.
A carta é assinada por Carl Amorim, representante do BRI Brasil, e diz que o modelo definido pelo estado “encarece o processo, inibe a formação de um ecossistema de inovação e desenvolvimento de soluções e reduz a possibilidade de adoção da tecnologia pela iniciativa privada, apresentando alto risco de disputas legais para isonomia de competição.”
O modelo prevê que a Celepar vai desenvolver a plataforma em parceria com a IBM.
“É nosso entendimento que o custo de R$ 25 milhões anunciado é fruto de um modelo inadequado, ineficiente e caro de contratação. Adotar um modelo de negócios tradicional (de compra e venda de produtos e serviços) transfere todo o custo do sistema para o Estado, deixando de explorar a capacidade do blockchain custear o uso do sistema, distribuindo os custos para os usuários e para a iniciativa privada ao invés de suportado pelo Estado”, diz a carta.
Comitê de governança
O BRI Brasil tem tido reunião com o Paraná há 16 meses, segundo a carta. O instituto tem recomendado a criação de um comitê de governança para o desenvolvimento e implantação do Harpia, assim como um hub de blockchain no estado. Para isso, apresentou um projeto para o comitê, que poderia ser contratado por concorrência ou inexigibilidade.
A criação de governança de redes blockchain é sempre recomendada por especialistas, porque ajuda a definir regras por consenso dos membros e a fazer com que os projetos, depois de implantados, rodem de forma mais acelerada, sem atritos.
No caso do Harpia, a sugestão do BRI é que o comitê seja formado por participantes como o governo estadual e instâncias como a agência de desenvolvimento do estado, empresas estatais a autarquias, como Copel, Porto de Paranaguá e Celepar, os poderes legislativo e judiciário e o Ministério Público, além de representantes do setor privado, como empresas de tecnologia, e representantes de outros estados e da união.
O hub seria responsável pela disseminação de conhecimento, pesquisa, treinamento e incentivo de criação de empresas de tecnologia.
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