A GoLedger, empresa líder em soluções blockchain para governos, criou um programa de capacitação e de teste da tecnologia para instituições públicas. O objetivo é facilitar o uso em casos reais para conhecerem o benefícios de blockchain na gestão de prefeituras e de governos estaduais e federal.
O GoLAB – Laboratório de Inovação em Blockchain nasceu devido ao sucesso que a empresa tem tido com as startups selecionadas no seu programa Early Adopters. O programa em operação desde o começo do ano.
“Não era a intenção que o programa se tornasse um produto. Mas, diante da dificuldade de o setor público conhecer blockchain e experimentar e do sucesso do Early Adopters, decidimos criar o GoLAB”, diz Otávio Soares, COO da GoLedger.
De acordo com o executivo, o programa com a iniciativa privada é acontece de maneira individual e gradativa. Nenhuma das empresas escolhidas utilizavam o conceito de redes distribuídas em suas soluções.
O resultado foi que em menos de duas semanas, as primeiras mentoradas conseguiram criar seu barramento e, assim, realizar as primeiras integrações com outros sistemas.
“É essa facilidade que queremos levar aos órgãos de governo. Assim, ao final do programa, poderão ter a confiança de que a tecnologia resolve problemas, qualquer que seja o produto que o governo escolher”, completa Soares.
Blockchain para diferentes usos
O programa do laboratório tem três versões, todas com duração de 90 dias. Além disso, as três incluem capacitação de gestores e teste com um caso real. A GoLedger também fornece infraestrutura, como softwares e máquinas.
O GoLAB também inclui mentoria, suporte técnico e consultas a especialistas da empresa. A capacitação e mentoria duram de 14 horas a 48 horas para auxiliarem gestores e analistas a desenvolver o Produto Mínimo Viável (MVP). Os valores dos programas vão de R$ 60 mil a R$ 160 mil pelos três meses.
Os casos para testes podem ser diversificados, já que a GoLedger desenvolveu softwares para diferentes usos. O GoFabric é a principal plataforma e cuida de toda a criação, gerenciamento e governança da rede blockchain. Portanto, pode trabalhar com outras soluções da empresa.
Uma delas é a GoBio, para identificação de pessoas e que foi premiado no 3º Simpósio Internacional de Segurança Pública (SINTSP) e um dos vencedores do Primeiro Concurso de Tecnologias Policiais do Brasil (Startpol).
Blockchain adequada à LGPD
Outra solução é o GoPrivacy, para consentimento e indexação de bases pessoais e alinhado à Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). É, portanto, o primeiro do mundo com essa característica e baseado em blockchain, diz a GoLedger. O GoBio e o GoPrivacy existem desde 2019.
No ano passado, a empresa lançou o GoProcess, para gestão de documentos e processos, e o GoTrace, para controle de cadeia produtiva com a rastreabilidade de produtos.
Também criou o GoVote, para voto online. Esse foi um dos escolhidos pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para testes na eleição de 2020. No entanto, era a única que incluiu um aplicativo na internet que permitia o uso por usuários em qualquer lugar do mundo.
Blockchain contra fraudes e burocracia
É possível usar essas soluções de forma combinada. Um exemplo é a junção da GoFabric, GoPrivacy e GoProcess para transferência externa de documentos com registro de consentimentos como estabelece a LGPD.
Segundo o COO da GoLedger, já há governos interessados no programa. “Isso é um sinal de que nossas soluções atendem a grande parte das demandas do setor público.” Mas além de negociar com clientes, a empresa poderá fazer parcerias com hubs de inovação, associações e fornecedores.
Blockchain tem capacidade para resolver diversos problemas relacionados, por exemplo, a fraudes e burocracia. Isso porque dá transparência e otimiza processos, o que tem sido uma demanda cada vez maior da sociedade aos gestores.
A própria GoLedger, que recebeu o selo GovTech do BrasilLAB, tem parceria com a Empresa de Tecnologia da Informação do Ceará (Etice). Assim, disponibiliza um marketplace de sistemas que usam blockchain com soluções, infraestrutura e suporte técnico para aquisição por qualquer entidade da administração pública. Essa aquisição pode ser por dispensa de licitação.
O dispositivo já fez parte de num projeto para registro de dados de obras e outro para compartilhamento de dados empresariais no Ceará. Dessa forma, o estado busca garantir a confiabilidade e a imutabilidade dos dados.
Integração sem banco de dados único
Um dos outros benefícios de blockchain é a integração de dados internos e externos, portanto, pode dar muito mais celeridade às operações e processos públicos.
Nesse caso, As informações ficam descentralizadas. Por isso, não é preciso criar um banco único de dados de diferentes órgãos, o que costuma ser um obstáculo para a integração.
Até mesmo o Tribunal de Contas da União (TCU) sugeriu que os administradores públicos avaliem o uso da tecnologia. Assim como no exterior, já há o uso de blockchain em alguns projetos no Brasil, como o de compartilhamento de CPF e CNPJ pela Receita Federal com órgãos de governo.