Banco Central nomeia membros do grupo que vai estudar CBDC brasileira

Real digital vai gerar produtos tão modernos que hoje nem se consegue prever: Eduardo Arsand, Pixabay.

O Banco Central (BC) oficializou hoje os 12 profissionais que vão compor o Grupo de Trabalho Interdepartamental (GTI) que vai estudar uma eventual emissão de moeda digital pela instituição. O coordenador do grupo será Aristides Andrade Cavalcante Neto, chefe-adjunto do departamento de tecnologia da informação do banco.

Os 12 nomes foram confirmados no Diário Oficial da União desta sexta-feira (21). O grupo funcionária por 180 dias, quando os resultados dos estudos devem ser apresentados. O prazo poderá ser prorrogado.

Com isso, o BC começa um processo já em curso em outros países, que avaliam se e como pode ser adotada uma moeda digital de banco central (CBDC) que traga benefícios sem destruir o sistema financeiro tradicional.

O presidente do banco, Roberto Campos Neto, um fanático por tecnologia, já disse que as moedas criptografadas como bitcoin mostraram às pessoas uma forma fácil, rápida e barata de fazer transações. Isso contribui para o lançamento do PIX, que ele sempre disse que é uma fase inicial no processo de digitalização dos serviços e produtos do banco.

China acelerou o processo

Esse movimento se acelerou nos últimos meses em razão de dois eventos principais: a China anunciou que terá uma CBDC, que já está em testes e era esperada para este ano, e o Facebook anunciou, há um ano, a criação de uma associação de empresas para lançarem uma moeda digital para pagamentos inclusive transfronteiriços, a Libra.

O anúncio do GTI foi feito em nota ontem (20) à tarde. O grupo vai estudar iniciativas de emissão de CBDC em outros países, desafios e benefícios dessa moeda, o modelo – o que precisa levar em conta o PIX, novo sistema de pagamento instantâneo do BC, segurança cibernética, regulação, impacto sobre o sistema financeiro atual, estabilidade financeira e inclusão financeira.

O grupo vai se reunir ao menos quinzenalmente e as decisões se darão pelo voto da maioria.

Inclusão financeira

“Uma moeda digital emitida por BC permitiria que o brasileiro interagisse com seu dinheiro de uma forma completamente eletrônica”, explica Cavalcante Neto, na nota emitida ontem.

Bruno Batavia, do departamento do meio circulante, que também faz parte da equipe, disse que entre os potenciais benefícios da CBDC estão a redução do custo de emissão e a manutenção do numerário, cédulas e moedas que circulam na economia.

Estima-se que a emissão do real, sua custódia, distribuição, manuseio pelo comércio, recolhimento, descarte e outros custos indiretos chegue a cerca de R$ 90 bilhões por ano. A CBDC poderá também facilitar a inclusão financeira, porque torna mais acesso a guarda e o uso desse dinheiro.

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