O Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), que trabalha com diferentes projetos em blockchain, é quem está ajudando a Receita Federal a criar e implantar a b-Connect. Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai serão os primeiros usuários da plataforma de operações de comércio exterior.
O primeiro uso é para troca de dados de operadores aduaneiros econômicos (OEA) entre os quatro países. Esse serviço está na segunda fase, “que trata-se do consumo, ou seja, gravação e leitura, das informações do bConnect no Portal Único do Comércio Exterior”.
É o que disse Paulo Roberto Ramos, gerente na diretoria de relacionamento com clientes do Serpro ao Blocknews. Essa segunda fase significa, portanto, subir informações dos países no b-Connect. O Brasil prevê que em 15 dias fará sua parte.
Segundo ele, já começou também “a discussão de entrada de outros projetos no bConnect, agora com informações de trânsito e declarações aduaneiras”. Em entrevista ao Blocknews, o coordenador de aduanas da Receita Federal, Sérgio Alencar, afirmou que a plataforma deve crescer em número de países e serviços.
De acordo com Ramos, o Serpro desenvolveu a prova de conceito, o smart contract e a API de integração com sistemas de informação. Além disso, deu suporte aos demais países do Mercosul nas montagens de seus ambientes.
Serpro liderou definição de governança do b-Connect
O Serpro liderou também a definição de uma das questões mais sensíveis de uma rede blockchain: a governança da rede. E fizeram isso através da formação de um comitê técnico e de negócios, com representantes dos quatro países.
À parte tudo isso, a empresa ainda opera a rede e hospeda os nós da Receita Federal. Servidores em cada uma das aduanas do países participantes são os nós da rede.
Segundo Ramos, a b-Connect está em Hyperledger Fabric 1.4 porque tem código aberto, uma comunidade ativa e era a mais madura para criação de redes permissionadas quando a escolha foi feita.
“Entre as vantagens, além de ser uma plataforma livre, temos suporte a comunicação privada entre participantes, suporte a diferentes linguagens para desenvolvimento do smart contract e possibilidade de criar canais de comunicação diferentes para grupos de participantes específicos.
Não foi adicionado nenhum aplicativo à plataforma. No início, seu uso será baixo, mas vai crescer se a expansão se confirmar. Ramos afirma que os estudos acadêmicos indicam que a rede suporta até 20 mil transações por segundo (TPS).
Mas, ele, a questão principal deste projeto é garantir a troca de dados com segurança entre os países. Isso porque a desconfiança entre nações, por diferentes motivos, como geopolítica, segurança cibernética e soberania é que têm travado trocas de informações mais eficientes.