O JPMorgan Chase, maior banco do hemisfério ocidental, comprou 40% do C6 Bank. Com isso, a instituição financeira entra no setor de varejo no Brasil. E não apenas isso, entra no varejo digital, segmento que cresce a passos largos no país.
Os bancos não divulgaram o valor da transação. Em dezembro de 2021, quando o C6 recebeu um novo aporte de R$ 1,3 bilhão, foi avaliado em R$ 11,3 bilhões.
“Vamos apoiar a aceleração do crescimento do banco em sua ambição de se tornar um líder em serviços financeiros no Brasil”, disse Sanoke Viswanathan, CEO de Varejo Internacional do JPMorgan Chase. De acordo com o executivo, o C6 Bank, que funciona como marketplace, tem uma “plataforma impressionante de produtos e serviços”.
“É um divisor de águas”, disse Marcelo Kalim, CEO e co-fundador do C6 Bank. “Essa parceria estratégica nos permite ganhar ainda mais escala no nosso negócio.”
O JP está no Brasil há 60 anos. Aqui, opera como banco de investimentos, finanças corporativas, pagamentos de atacado, private banking e gestor de recursos. No varejo, opera nos EUA, onde tem mais de 55 milhões de clientes ativos no digital, de acordo com o comunicado das instituições.
Já o C6 Bank é um dos bancos digitais de maior destaque do país. Tem 7 milhões de clientes e opera como um marketplace de produtos e serviços financeiros. Tem conta multimoeda, cartões de débito e crédito, programa de fidelidade, plataforma de investimento e crédito para pessoas físicas e jurídicas.
Segundo relatório da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), os brasileiros estão cada vez mais digitais no serviços financeiros. Mais de 60% das transações bancárias no Brasil são feitas por plataformas digitais e esse movimento só cresce.
“Estamos entusiasmados para usar nossas competências globais e a expertise do JPMorgan Chase para acelerar o crescimento do C6 Bank”, afirmou Daniel Darahem, responsável pelo JP Morgan Chase no Brasil.
Blockchain e criptoativos
O JP Morgan Chase é um dos bancos que mais apostam em blockchain no mundo. Isso porque já realizou diversos investimentos em startups que usam a tecnologia. Além de ter criado uma plataforma própria a Quorum, que vendeu para a Consensys.
Também criou uma rede de transferência de informações de movimentação de recursos entre instituições financeiras, a Liink. E tem sua moeda estável (stablecoin), a JPM Coin, que tem relação 1 por 1 com o dólar. Do que o diretor-executivo do banco, Jamie Dimon, não gosta, é de bitcoin e outras criptomoedas.
Quanto a blockchain no C6, há dois anos um profissional de segurança cibernética do banco afirmou a esta jornalista que a instituição não gostava da tecnologia e não tinha intenções de usá-la.
Mas, seguindo a onda do mercado, em maio passado a fintech anunciou que passaria a oferecer dois fundos de investimentos em criptomoedas da Hashdex.