Metade (51%) dos tomadores de decisão de empresas do setor financeiro consideram que as instituições nas quais trabalham não estão preparadas para implementar tecnologias Web3 em um futuro próximo. De acordo com um levantamento da Cryptum, empresa de soluções em blockchain, 65% dos entrevistados citaram dificuldade em compreender os benefícios da Web3 para as suas atividades e 86% acreditam que falta conhecimento para as pessoas do setor sobre como blockchain e Web3 funcionam.
O levantamento foi feito com mais de 100 profissionais de cargos como C-level, diretores e gerentes do setor financeiro neste mês. Ainda de acordo com a pesquisa, 67% avaliam que suas empresas não fazem o suficiente para se preparar para tecnologia blockchain e a Web3. já que falta conhecimento e treinamento sobre o assunto. Além disso, 73% acreditam que as instituições financeiras não estão preparadas para as mudanças que blockchain gera.
De acordo com o estudo, os entrevistados acreditam que líderes técnicos (54%), universidades (34%) e associações comerciais (29%) são as melhores fontes de conhecimento para assuntos de blockchain/Web3. Para André Salem, CEO da Cryptum no Brasil, apesar do país apresentar um cenário de dinamismo e constante inovação, especialmente na área financeira, o setor ainda sofre com recursos técnicos e humanos para dar conta dessa demanda.
“A compreensão das empresas sobre o impacto positivo do blockchain em suas operações é muitas vezes dificultada devido à complexidade do tema. Com a crescente convergência entre as finanças tradicionais e as finanças descentralizadas, a educação e a pesquisa são fundamentais para desmistificar as barreiras e permitir que as empresas acessem essa nova economia de valor “, aponta André Salem.
Brasileiros estão prontos para inovação
A pesquisa também entrevistou outras 1.041 pessoas e concluiu que a população brasileira apresenta uma postura que vai na direção contrária do que é apontado pelas empresas. Isso porque 62% dos entrevistados se dizem contentes em ver o Banco Central liderar processos inovadores no setor financeiro nacional e 50% sentem orgulho com o pioneirismo do Brasil nesse setor. Outros 62% também apontam que tal dinamismo ajuda a colocar o país no radar quando o assunto é tecnologia e inovação.
Ao mesmo tempo, os consumidores brasileiros esperam ver o mesmo esforço em inovar por parte das empresas no setor financeiro. Para 51% deles, o ingresso dessas instituições na Web3 permite o desenvolvimento de serviços financeiros mais inclusivos. Já 53% se sentem mais confiantes em investir e colocar o próprio dinheiro em companhias que adotam Web3.
Ainda de acordo com a pesquisa, 42% dos entrevistados teriam interesse em investir nos produtos oferecidos por empresas de serviços financeiros que investem em novas tecnologias e inovações e 39% estariam dispostos a mudar seus provedores de serviços financeiros atuais para um novo provedor que invista em novas tecnologias e inovações.
Apesar disso, 30% dos entrevistados não sabe que o Brasil era está inovando nessa área, enquanto 18% considera que o setor financeiros deveria esperar mais desenvolvimentos antes de entrar na Web3.