Goldman Sachs (GS), Citigroup, BNY Mellon, BNP Paribas Securities, a bolsa alemã Deutsche Börse e o J.P. Morgan, seis das maiores instituições financeiras do mundo, anunciaram, nesta semana, apoio financeiro a startups de finanças descentralizadas (DeFi).
Dessa forma investem numa área que passou por um boom no segundo semestre de 2019. Além disso, entram num universo mais ágil de finanças que poderá ser o tipo de serviço que oferecerão a seus clientes no futuro.
GS, Citigroup, BNY Mellon, BNP Paribas e a bolsa alemã lideraram uma rodada de investimentos de 14,4 milhões de euros na HQLAx e ainda entrarão como participantes na plataforma.
A startup de Luxemburgo foca em transferência de ativos para instituições financeiras que operam com empréstimos de títulos e gerenciamento de colaterais. A startup nasceu no laboratório da R3 e desde o inicio, há três anos, tem a Deutsche Börse como parceira. Uma pesquisa feita em 2020 mostrou que 80% das instituições financeiras tradicionais da Europa estavam estudando ou já usando DeFi.
Já o JP, em mais uma aposta em startups que usam blockchain, concedeu financiamento de US$ 100 milhões (cerca de R$ 500 milhões) à Figure Lending. Esse é o braço de empréstimos da Figure, que oferece, por exemplo, refinanciamento de hipotecas, empréstimos pessoais e empréstimos como o imóvel como garantia, o home equity. A empresa usará o valor na concessão de empréstimos imobiliários.
DeFi para troca imediata
De acordo com a HQLAx, o investimento de US$ 14,4 milhões que recebeu dos bancos e da bolsa alemã irá para a expansão da plataforma. Assim, “ajudará a tratar da fragmentação de colaterais na Europa, estendendo a conectividade entre agentes tripartites, custodiantes e participantes do mercado”. A empresa foi lançada na Europa. A primeira transação aconteceu em dezembro de 2019.
No futuro, quer atuar nos Estados Unidos (EUA) e nos países da Apac, o bloco da Ásia-Pacífico que inclui o Chile.
A startup desenvolveu uma plataforma que substitui o Delivery vs payment (DVP) pelo Delivery vs Delivery (DVD). Portanto, significa que ao invés de a transferência do titulo acontecer só depois do pagamento, a troca e pagamento é praticamente imediata. Tecnologia de registro distribuído permite isso distribuído. Além disso, a transação especifica o dia e a hora do começo e final da troca.
Defi para reduzir custo
A solução, de acordo com a HQLAx, reduz o custo do capital ao diminuir o risco de crédito, as demandas de liquidez intraday e os riscos operacionais. Assim, o que a plataforma faz é monetizar a liquidez. Com blockchain, faz isso de forma mais eficiente e com transparência.
“Queremos nos associar a empresas que agreguem valor a nossos clientes”, disse Brian Ruane, CEO de Clearance e Colaterais do BNY Mellon. Para Mathew McDermott, líder global de ativos digitais do Goldman Sachs, a plataforma dará mais eficiência aos mercados de empréstimos de securities e de gerenciamento de colaterais.
DeFi para imóveis
Já a Figure afirmou que o empréstimo do JP é o quinto da categoria facility que a empresa recebe. Ou seja, é um capital para operação. Com isso, totalizou US$ 1,5 bilhão. Dessa forma, o JP se junta a outros investidores de Wall Street, como o Jefferies Financial Group e outros bancos.
A empresa foi fundada em 2018, em São Francisco, por Mike Cagney, empreendedor em tecnologia e que é CEO da startup. Segundo o site da Figure, com suas soluções DeFi, atendeu mais de 20 mil pessoas e emprestou mais de US$ 1 bilhão.
“Com o empréstimo, esperamos mais crescimento sobre o avanço de 2020, tanto em volume quanto em trazer blockchain para o mercado de hipotecas”, disse Cagney. O segmento de hipotecas da Figure cresceu quase 50% por mês no ultimo trimestre de 2021.