Fatia de pagamentos com criptos no e-commerce pode mais que dobrar até 2026, diz estudo

Há soluções em cripto como cartões. Imagem: LukinIgor, Pixabay.

As criptomoedas representaram 0,2% dos pagamentos no e-commerce global em 2022, o que equivaleu a US$ 11 ,6 bilhões. Assim, não tiveram mais de 1% em nenhum dos 40 mercados, incluindo o Brasil, cobertos pelo estudo The Global Payments Report 2023. O levantamento é da Worldpay, empresa de soluções de pagamento, que prevê que o valor com criptos pode subir para US$ 39 bilhões em 2026, atingindo cerca de 0,5% do total.

O estudo da Worldpay é uma análise ampla dos meios de pagamento e de tendências no universo de pagamentos digitais. Assim, mostra ainda que pagamentos de conta a conta (A2A), como o Pix, e carteiras digitais estão crescendo. Aliás, esse é mais um estudo que aponta o destaque do Brasil no mundo ao criar e ter uma adoção maciça do sistema instantâneo. Além disso, o levantamento indica que o dinheiro não é mais rei em pagamentos digitais, mas continua forte, assim como os cartões de crédito.

“O potencial de crescimento na adoção (das criptomoedas) garante inclusão em nossa análise e monitoramento contínuos”, de acordo com a Worldpay. Por isso, as moedas digitais entraram como uma categoria nessa quarta edição do relatório. O estudo considera pagamentos diretos feitos por meio de carteiras digitais de criptomoedas e transações por meio de cartões de débito e crédito lastreados em criptos.

Soluções de pagamentos com criptomoedas

Essas soluções de pagamentos com criptomoedas são uma forma que empresas do setor criaram para facilitar o uso delas. “Os consumidores estão ansiosos para trocar cripto por bens e serviços e os intermediários que convertem cripto em moeda fiduciária estão tornando isso possível”, afirma o estudo.

Assim, também facilitam a entrada de usuários no setor. Nem todo mundo sabe, tem onde ou quer fazer transações diretamente com moedas digitais, ou ainda manter cripto por auto custódia em carteira digital. Isso foi o que idealizou Satoshi Nakamoto ao criar bitcoin, mas não se tornou ainda uma realidade completa. Até porque, por conta da volatilidade e desconhecimento, empresas também evitam esse tipo de pagamento em transações P2B.

“Apesar desses contratempos, mais estabelecimentos estão descobrindo os benefícios de aceitar criptomoedas como pagamento por bens e serviços”, afirma a Worldpay. Isso inclui capacidade de alcançar uma nova base de clientes, valores médios de transação mais altos, tempos de liquidação mais rápidos e tarifas de transação mais baixas. Vem daí a previsão de um valor de US$ 39 bilhões em três anos.

O tema será discutido no webinar “As criptomoedas chegam aos Serviços Financeiros” da trilha Blockchain Finance Brasil do Blocknews e da Cantarino Brasileiro (link de inscrição na imagem acima.

Jornadas personalizadas

“Os consumidores buscam, cada vez mais, por jornadas de pagamento personalizadas que mantenham seus dados seguros, ágeis, convenientes e, se possível, que os recompensem por sua fidelidade. Hoje, os consumidores procuram por nada menos do que a perfeição”, disse Juan Pablo D´Antiochia, Vice-presidente Sênior da Worldpay para a América Latina.  

As carteiras digitais são uma categoria que cresce rapidamente no universo de pagamentos. Tanto é assim que o valor transacionado com esses meios nos pontos de venda (PDVs) quase dobrou de 8% em 2021 para 15% em 2022. No Brasil, a PicPay lidera com mais de 65 milhões de usuários cadastrados. “Esperamos ver os valores das transações das carteiras digitais crescerem consideravelmente nos próximos anos”, afirma o estudo.

O estudo espera também um crescimento global do Compra Agora Pague Depois (BNPL, Buy Now, Pay Later), que aqui é o crediário que se faz com carnê ou até no cartão, por exemplo.

Entre os meios de pagamento mapeados pela pesquisa estão o cartão de crédito, cartão de débito, pagamentos instantâneos (também conhecidos como A2A – Account to Account), dinheiro em espécie, carteiras digitais, Buy Now Pay Later (“Compre agora, pague depois”) e as criptomoedas.  

Destaques no Brasil 

Alguns dos pontos que o estudo destaca sobre o Brasil são:

  • O Pix representou 24% das transações do país em 2022. Até 2026, a previsão é que esse meio de pagamento será responsável por 35% de todas as transações no e-commerce no Brasil.
  • As carteiras digitais têm 18% da preferência dos consumidores. Com 8% de participação em 2021, representaram quase o dobro no último ano e foram responsáveis por 15% das transações nos pontos de venda. “As carteiras digitais estão crescendo exponencialmente em todo o mundo. No Brasil e na América Latina não encontramos números diferentes. Há uma tendência de breve consolidação deste método de pagamento também nestas regiões”, afirma o executivo da Worldpay.
  • O Pix se reflete também na queda do uso do boleto bancário de 11% em 2021 para 3% em 2022.  
  • O cartão de crédito segue na liderança como meio de pagamento preferido, com 39% da população que o utiliza no comércio eletrônico. Nos PDVs o percentual é de 37%.
  • O dinheiro representa 26% das transações e vem perdendo espaço para os métodos digitais. Mesmo assim, ainda é um meio necessário para pagamentos emergenciais e descontos nos pequenos comércios. 
  • O mercado regional de e-commerce da América Latina cresceu 19% em relação em 2022 na comparação com 2021 e deve crescer 13% até 2026. Para o Brasil a projeção é de 11%.
  • Pagamentos com Pix cresceram 123% em 2022 e devem crescer mais 23% até 2026.
  • Com uma combinação de baixo custo e acessibilidade quase universal, na América Latina, a participação em valor de transações do A2A no e-commerce cresceu 71% entre 2021 e 2022, de 11% para 15%. 

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