Até a última sexta-feira (16), as reservas de investidores interessados no ETF da Hashdex, fundo Hashdex Nasdaq Crypto Index Fundo de Índice (ETF) somaram cerca de R$ 450 milhões. Desse valor, BTG, Genial e Itaú, coordenadores da oferta, responderam, cada um, com em torno de R$ 100 milhões.
As reservas continuaram durante o final de semana e esse valor ainda não inclui o que o Banco do Brasil poderá registrar de interesse de seus clientes. Isso porque começou a ofertar o fundo na sexta-feira. Tanto que os coordenadores da operação mudaram o lançamento do ETF na B3 desta quinta-feira ( 22) para a próxima segunda-feira (26).
O valor mínimo de investimento é de R$ 50. As reservas acontecem até amanhã (20). Analistas de mercado estimam que a captação poderia ficar entre R$ 600 milhões e R$ 700 milhões, numa estimativa otimista.
Os R$ 450 milhões incluem a reserva feitas por 30 mil CPFs. Uma série de bancos e corretoras estão oferecendo o produto, como, por exemplo, o banco Inter e o Safra.
Fundos de índice acompanham, como o nome diz, índices. Pode ser, por exemplo, o Ibovespa da B3. O que eles tentam dar ao investidor é um norte de onde vão aplicar o dinheiro e o que ele poderá seguir em termos de desempenho.
Nasdaq é quem calcula cotas do ETF da Hashdex
No caso do fundo da Hashdex, quem calcula o valor das cotas é a Nasdaq. O índice foi criado em conjunto pelas empresas. O que esse ETF faz é seguir o índice da Nasdaq, que é composto por uma cesta de criptomoedas, incluindo bitcoin.
Além disso, o índice é rebalanceado a cada três meses, para buscar representar melhor o mercado. Isso significa, portanto que o fundo não promete nem muito mais, nem muito menos do que do desempenho desse conjunto de criptos.
A Hashdex fez o primeiro lançamento de um ETF em Bermudas, neste ano, onde testou a criação do produto. O ETF brasileiro estaria sendo gestado há cerca de dois anos.
Os investidores brasileiros não são grandes conhecedores de ETFs, ao contrário do que acontece nos Estados Unidos (EUA), por exemplo. Só a americana BlackRock, maior gestora de recursos do mundo, tem mais de 900 deles espalhados pelo planeta, com US$ 2,67 trilhões. É mais de 25% dos US$ 8,67 trilhões do total de recursos que a empresa administra.
Porém, a decisão de colocar um ETF na B3 veio para tentar dar uma alternativa aos investidores interessados em criptomoedas, mas ainda inseguros. Como não é possível ofertar bitcoin na bolsa, o ETF se mostrou uma saída viável.
Fundo envolve CVM e B3
O fundo tem autorização da Comissao de Valores Mobiliários (CVM) e é negociado em plataforma conhecida, a da bolsa brasileira. Isso pode ajudar a reduzir temores. Além disso, nem todo brasileiro entende e tem vontade de operar numa corretora de criptomoedas.
O ETF tem como vantagens, por exemplo, o fato de ao sair do fundo, o investidor fechar a venda já sabendo o valor que vendeu sua cota. No Hashdax, o pagamento é em dois dias úteis. Nos fundos, a liquidação pode acontecer em prazos bem mais longos e num preço, portanto, incerto.
O lançamento do ETF na B3 é mais um marco do mercado de criptoativos no Brasil. E vem num momento em que o bitcoin não para de subir e atrair investidores, inclusive os institucionais. Porém, bancos como o Itaú sugerem que seus clientes coloquem mais do que 2% de seus investimentos no ETF. Alegam a questão do risco, dada a volatilidade das criptos.
Bancos nos EUA que estão oferecendo fundos em criptomoedas também estão adotando a estratégia de limitar o investimento dos clientes nesses produtos. Além disso, oferecem os produtos a clientes de alta renda. No Itaú, a oferta é similar, divulgada para clientes do Personnalité.