Ativos digitais: bancos se interessam mais por custódia, pagamentos e portfolio, diz Deloitte

Maioria dos investidores em criptomoedas aprende sozinho sobre o tema. Foto: Ahmad Ardity, Pixabay.

A maioria dos líderes do sistema financeiro acredita que ativos digitais e blockchain são uma prioridade hoje e no futuro próximo, segundo a Deloitte. E são a custódia, as novas formas de pagamentos e a diversificação de investimentos que a maior parte enxerga como principais áreas em que suas instituições atuarão.

De acordo com a pesquisa anual da Deloitte sobre blockchain, 80% dos entrevistados de 10 países, inclusive Brasil, acredita que esses ativos serão muito ou de alguma forma importantes nos próximos 24 meses. Motivo: sabem que seus modelos de negócio são questionáveis e, portanto, estão sob risco.

Esse é um sinal da série de iniciativas em ativos digitais e blockchain do setor financeiro em todo o mundo nos últimos meses. O Itaú e o Banco do Brasil, por exemplo, passaram a oferecer fundos de índices de criptomoedas (ETFs). Embalados pela demanda de clientes e alta do bitcoin, bancos começaram a oferecer produtos nesse segmento, em especial bitcoin. Apesar de terem relutado contra a criação de Satoshi Nakamoto.

A segurança de dados continua a maior preocupação das instituições financeiras e, portanto, barreira para a adoção de ativos digitais. No total, 70% indicou essa preocupação, enquanto os “pioneiros” foram 63%. Esses pioneiros são o que a Deloitte considera representantes do setor financeiro que já usam blockchain. Assim já tem projetos em produção ou já inseriram ativos digitais em suas principais atividades.

Deloitte entrevistou executivos no Brasil sobre blockchain

A maioria dos executivos também acredita que os países irão adotar moedas digitais de bancos centrais (CBDCs) nos próximos anos. A principal característica que essas moedas precisam ter, segundo eles, é a de proteção contra coleta de dados por empresas privadas. Isso significa big techs, fintechs, bancos e outras instituições financeiras. Em segundo lugar vem o apoio a formas inovadoras de pagamentos.

No entanto, o ponto que apareceu como menos importante nessas moedas é a possibilidade de mandar dinheiro para o exterior com rapidez e baixo custo. Acontece que é esse um dos principais benefícios que os bancos centrais apontam para as CBDCs. Além de ser um dos pontos que pessoas e empresas mais gostariam de ver nessas moedas. Exatamente porque os serviços atuais são considerados caros e demorados.

Para fazer a Deloitte’s 2021 Global Blockchain Survey, a empresa entrevistou 1.280 executivos. Além de Brasil, onde falou com 90 deles, a lista de países com quem conversou inclui, por exemplo, Estados Unidos (EUA), China, Alemanha, Singapura e África do Sul. Todos têm pelo menos conhecimento geral sobre o tema.

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