No seu primeiro dia na Nasdaq, a negociação da ação da Coinbase começou em US$ 381, acima da última negociação privada, de US$ 348. Além disso, o valor está 50% acima do preço de referência de lançamento de US$ 250. Durante o dia bateu US$ 429,24, mas recuou para US$ 328,28 no fechamento.
Assim, num dia de volatilidade já esperada, fechou 31,3% acima do preço de referência. Isso significa um valor de mercado de US$ 65 bilhões considerando as ações comuns A e B. Considerando tudo o que está diluído, como opções, o valor é de US$ 86 bilhões.
Esse valor, por sua vez, é 10 vezes mais do que os US$ 8 bilhões de valuation que os investidores fizeram na última captação, que foi há apenas 3 anos, em 2018. Para uma empresa de um segmento totalmente diferente do que os frequentadores da Nasdaq conhecem, é um feito.
E a diferença não é só essa. A Coinbase é uma empresa de tecnologia que chega na bolsa já dando lucro. Certo que isso tem muito a ver com o aumento do valor do bitcoin e outras criptos.
A título de comparação, a Spotify, também uma empresa de tecnologia, teve o preço de referência de US$ 132 e fechou a US$ 149 na sua oferta de ações na bolsa de Nova York (Nyse).
Foi, portanto, metade do que a ação da maior corretora de criptomoedas dos Estados Unidos (EUA) conseguiu, ao fazer história sendo a primeira a ser listada em bolsa no país.
Além da Nasdaq, a ação estará disponível na Binance no formato de token. A maior corretora do mundo anunciou nesta semana que passará a vender tokens de ações. Começou com a da Tesla. Agora vai ser a vez da COIN/BUSD (stablecoin da Binance).
Ação da Coinbase saltou desde 2018
Desde que a Coinbase anunciou que faria uma oferta direta de ações, as estimativas de valor de mercado chegaram a US$ 100 bilhões. E chegou a US$ 99 bilhões durante o dia. Quem tem um valor de mercado nesse patamar, hoje, é a Zoom, por exemplo.
Para saber melhor em qual patamar a COIN deve se estabilizar, é preciso esperar até que a forte volatilidade passe. O sobe e desce já era previsto porque a Coinbase fez uma oferta direta de ações.
Isso significa que quem tem ações da empresa, vendeu e sem os famosos roadshows. Num IPO, bancos buscam investidores, testam preço e interessados “reservarem” ações. E essas ações são novas emissões.
Há ainda a questão do bitcoin. A moeda não para de subir e isso ajuda a jogar para cima os ganhos da Coinbase. Porém, a empresa é baseada também num mercado ainda volátil, mas que parece estar em vias de perder os picos de alta e baixa com o maior interesse de investidores institucionais.
Agora, é esperar pelo dia de amanhã, mas também pelos próximos. Num comunicado hoje, Brian Armstrong, fundador e CEO da empresa, disse que esta quarta-feira foi um marco. Porém, “isso não é tão importante quanto cada dia à nossa frente”.