A empresa de pagamentos Square, fundada por Jack Dorsey, também um dos fundadores e CEO do Twitter, revelou hoje (19) detalhes iniciais do tbDEX, seu novo protocolo para uma bolsa de bitcoin e produtos “do mundo real”. Em agosto passado, Dorsey afirmou que planejava criar uma plataforma aberta de desenvolvimento para isso. Um dos objetivos é ligar o mundo das criptomoedas ao das finanças tradicionais.
O documento passará por revisões, uma vez que é um rascunho inicial para dar o conceito e entendimento do design que a Square propõe para a tbDEX. E está aberto a comentários por meio do perfil @TBD54566975 no Twitter ou pela plataforma de código fonte GitHub, no endereço https://github.com/TBDev-54566975/white-paper.
Uma das características do protocolo é que instituições financeiras participantes (PFIs, na sigla em inglês) vão oferecer serviços de liquidez na rede da tbDEX. Como a bolsa é descentralizada, as PFIs podem ter çum nó na rede sem aprovação de uma terceira parte. E essas instituições podem ser, por exemplo, fintechs, bancos regionais e grandes grandes.
“As PFIs têm acesso a sistemas de pagamentos de moedas fiduciárias e a habilidade de facilitar pagamentos nessas moeda em troca de criptoativos tokenizados e vice-versa. Em teoria, uma PFI poderia aceitar ou produzir dinheiro ou cheques como mecanismo para efetuar compensação em moeda fiduciária. No entanto, para os propósitos deste whitepaper, assumimos que as transações acontecerão online por pagamentos digitais.”
A Square afirma ainda que o “protocolo não tem opinião sobre anonimato como uma característica ou consequência da transação. Ao contrário disso, permite que as contrapartes negociem e estabeleçam a informação mínima aceitável para a troca”.
Além disso, segundo a Square, provê a infraestrutura necessária para criar uma onipresença de operações de troca de moeda fiduciária por criptomoedas (on-ramps) e vice-versa (off-ramps) sem intermediários centralizados e corretores. O objetivo da empresa é tornar transações de criptos mais acessíveis.
O líder desse projeto, Mike Brock, afirmou no passado que “este é o problema que vamos resolver”: tornar fácil ter fundos numa carteira sem custódia em qualquer lugar do mundo.
De acordo com o documento, o protocolo da tbDEX facilita redes descentralizadas de bolsas de criptomoedas porque provê uma estrutura para confiança social. Para isso, “usa identidade descentralizada e credenciais verificáveis para verificar a procedência da identidade no mundo real”. Assim, espera criar “mercados de confiança” por meio de terceiras partes confiáveis.
A Square diz que é preciso reconhecer que “anonimato em transações de bens e serviços vem com um custo: riscos ilimitados da contraparte”. Com isso, quer dizer que pagamento com bitcoin não pode ser cancelado por conta da tecnologia blockchain. Mas, o vendedor de um bem pode não entregar o produto.
O protocolo prevê os chamados Identificadores Descentralizados (DIDs, na sigla em inglês). Isso se refere a qualquer informação, pessoa ou instituição que o detentor da identidade escolhe. E o detentor pode provar controle sobre a identidade sem pedir permissão a um terceiro. Assim, os DIDs associam um dado da identidade ao documento.
*Reportagem em atualização.