Depois de 8 anos de espera do mercado, a Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC, na sigla em inglês) permitiu que o país tenha seu primeiro fundo de índice (ETF) atrelado a bitcoin. Com isso, o preço da principal criptomoeda disparou e chegou a US$ 62,757 mil no final da tarde, com a confirmação da notícia pelo regulador.
O primeiro ETF de bitcoin deve ser o Bitcoin Strategy ETF da Proshare, que deve seguir contratos futuros de bitcoin. O lançamento poderá ser já na próxima segunda-feira (18), mas o início das negociações pode ser mais tarde. O seguir contratos futuros, o ETF atende melhor aos receios do presidente da SEC, Gary Gensler, em relação a proteção a investidores. Isso porque seguem regras mais rigorosas.
Os preços já haviam começado a subir na noite de quinta-feira (14), batendo quase US$ 60 mil (cerca de R$ 330 mil) pela primeira vez em seis meses. Isso porque a agência de not´ícias Bloomberg divulgou que a SEC estava prestes a autorizar ETFs de bitcoin.
O rally das cotações de bitcoin se deve à esperada maior demanda por investimento atrelado à criptomoeda num dos maiores centros financeiros do mundo. Isso porque novos ou atuais investidores podem optar por comprar cotas dos desses fundos, que tendem a ser investimentos mais fáceis de se acessar do que a compra direta de criptomoedas. Às 19h18 de hoje (15), a cotação já havia recuado, mas seguia em alta, a US$ 61.334,27, segundo o CoinMarketCap.
Há cerca de 40 pedidos para ETF de criptomoedas, incluindo bitcoin
As negociações de ETFs acontecem em bolsas de valores e os EUA têm as duas maiores do planeta, ou seja, a New York Stock Exchange (NYSE) e a Nasdaq. O valor das empresas que estão nelas somam cerca de US$ 40 trilhões e é para lá que muitas ofertas de ações, inclusive do Brasil, vão em busca de mais recursos.
Há cerca de 40 pedidos de ETFs de criptomoedas em análise pelo regulador de um dos maiores centros financeiros do mundo. O primeiro deles é de 2013 e foi feito pelos gêmeos Cameron and Tyler Winklevoss, que ajudaram a criar o Facebook. Em 2015, os irmãos criaram a exchange de criptomoedas Gemini.
SEC sempre apontou volatilidade para não aprovar ETF de bitcoin
A confirmação de que será possível lançar ETF de bitcoin ou de qualquer outra criptomoeda, algo que já existe no Brasil, é uma drástica mudança de opinião da SEC. E poderá levar outros mercados menores a acompanhar o movimento, que os maior deles está aceitando a oferta de um produto de alta volatilidade de preço.
Ao longo dos anos, a SEC fugiu da aprovação de produtos como ETF com base em criptomoedas como bitcoin. Alegava exatamente questões como a votalidade, a garantia de liquidez e da dificuldade de se entender os motivos do sobe e desce das criptomoedas. No mercado convencional, esses motivos costumam ser mais aparentes.
Quando o governo indicou Gensler à presidência da SEC, houve uma animação no mercado de criptomoedas porque se trata de um ex-professor de blockchain e criptos do renomado Massachusetts Institute of Technology (MIT). O novo manda-chuva defendeu maior rigor no controle de moedas como bitcoin para dar segurança aos investidores e chamou o Congresso para essa missão.
Mas, disse também que não seria preciso proibir criptos. Em agosto passado, afirmou que poderia permitir fundos de contratos futuros de criptomoedas, como bitcoin, com base nos índices da Bolsa de Chicago. ´Índices dessa bolsa são referência também aqui no Brasil. Agora, pode permitir as ETF de bitcoin nos EUA.
*Reportagem atualizada com informações sobre aprovação do ETF da Proshares, contexto da aprovação e cotações do bitcoin.