O Mercado Bitcoin está passando de parceiro a investidor do TradersClub (TC), plataforma de informações sobre mercado financeiro e educação financeira. Ontem (26), o TC precificou sua oferta inicial de ações (IPO) – a R$ 9,50 por papel – e o MB foi uma das empresas que deram as maiores ordens na plataforma que chega à bolsa valendo R$ 2,7 bilhões.
O Mercado Bitcoin anunciou parceria com a TradersClub em outubro de 2020, pela qual afirmou que se tornaria curador do Canal Cripto. A plataforma tem informações sobre criptoativos e curso sobre o assunto. Agora, com a ordem pelas ações, que o MB não divulgou, a bolsa passa a investidor.
O 2TM e o MB estão investindo em empresas para criar um grupo que ofereça diversos serviços e produtos relacionados a investimentos. Por exemplo, comprou uma gestora de ativos tradicionais em Florianópolis. A ideia é manter o cliente usando os diferentes negócios do grupo, sem precisar ir para a concorrência.
O TC deu entrada em seu pedido de IPO em maio passado. Porém, em março levantou R$ 72 milhões por meio de debêntures conversíveis. Foi a primeira rodada desde a fundação do negócio de Rafael Ferri, Pedro Albuquerque e Israel Massa.
TC tentou se capitalizar com investidor institucional
Segundo o Brazil Journal publicou na época, o UBS fez rodada com investidores institucionais, mas não houve sucesso. Então, a capitalização veio de cerca de 50 pessoas físicas. Dentre eles Diego Roberte, fundador do PicPay, e Alexandre Sabanai, sócio da Perfin.
A fundação do TC foi em 2015 e em 2017 lançou seu aplicativo próprio, já que antes usava Slack. De acordo com seu prospecto, passou de 18 milhões de usuários no final de 2017 para 473 milhões neste ano. No primeiro trimestre de 2021, a empresa diz que teve receita líquida de R$ 21 milhões e espera chegar a R$ 57,8 se anualizar esse ganho. Em a receita líquida foi de R$ 40 milhões.
Mercado Bitcoin fez uma das maiores ordens por Traders Club
A estratégia do TC agora é aumentar a base de usuário, visto que há ainda muita gente para se tornar investidor. Além de transformar usuário não pagaentes em pagantes de seus serviços e aumentar as funcionalidades da plataforma, Uma vez que o TC quer ser como um rede social, o objetivo também é aumentar o engajamento dos usuários para “alavancar o efeito de rede e referências”. E há ainda expectativa de aquisições. A TC já comprou as plataformas Invesplorer, Trade Zoom e Sencon.
Outro ponto que interessa à TC é o segmento B2B. “O segmento B2B do mercado de plataformas infotech de investimentos é um mercado altamente relevante em termos de tamanho e potencial a ser desenvolvido”, diz o prospecto. O motivo é que “hoje observamos uma lacuna de oferta de produtos, e que o TC poderia suprir”, completa o documento.
Além do Mercado Bitcoin, as gestoras Núcleo, Moat e Itaú Asset deram as maiores ofertas, segundo o Pipeline do Valor. O TC levantou R$ 606,9 milhões em dois lotes, um principal, de US$ 527,8 milhões, e outro suplementar. O objetivo inicial do TC era chegar a um valor de R$ 3,5 bilhões.
Procurados, o Mercado Bitcoin ainda não retornou nosso pedido sobre o interesse da bolsa em investir no TC e o TC está em período de silêncio.