Criptoativos, Covid e clima os atuais riscos à estabilidade global, diz FMI

Criptomoedas podem levar a dolarização, diz FMI. Foto: Sergei Tokmakov Terms.Law, Pixabay.

Há três fatores que colocam em risco a estabilidade financeira global, segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI), e um deles são os criptoativos. Os outros são a Covid-19 e a mudança climática.

Os criptoativos poderão acelerar os riscos de dolarização de economias emergentes, afirma o FMI em seu relatório semestral sobre a estabilidade financeira global. Os riscos, diz o fundo, ainda não são sistêmicos. Porém, os governos devem monitorá-los de perto, uma vez que há implicações globais e há operações e regulações inadequadas em vários locais.

“Nos mercados emergentes, o surgimento dos criptoativos tem benefícios, mas pode acelerar a ‘criptozação’ e evitar as restrições sobre câmbio e controle de capitais. O aumento das transações de criptos nessas economias pode levar à desestabilização dos fluxos de capital”, diz o relatório. Um ponto crucial das transações de criptoativos é que são internationals, afirma o FMI.

Portanto, o Fundo sugere que os governos implementem padrões globais para criptoativos e melhorem o monitoramento do ecossistema. Exatamente o que é contra os princípios libertários dos criptoativos. Porém, cada vez mais no radar de governos e de empresas do setor que querem dar mais segurança aos investidores para atraí-los em maior número.

Criptoativos atendem a demanda especulativa, diz FMI

“À medida que aumenta o papel das stablecoins (moedas lastreadas em ativos, em boa parte em dólar), as regulações deveriam corresponder aos riscos que colocam e às funções econômicas que desempenham”. Um ponto sensível das stablecoins, diz o FMI, é que dúvidas sobre suas reservas, ou seja, se realmente lastreiam as criptos, pode levar a uma corrida por trocá-las.

Para o Fundo, os mercados emergentes que correm riscos de passarem por “criptozação” devem melhorar suas políticas macroeconômicas. Além disso, devem considerar a emissão de moedas digitais de banco central (CBDCs), como o real digital que o Brasil estuda.

O relatório, que o FMI divulga na época de suas reuniões semestrais, está disponível em meio a um aumento dos preços de criptos, de expansão das finanças descentralizadas (DeFi) e do burburinho de adoção do bitcoin como moeda legal em El Salvador.

De acordo com o FMI, os criptoativos atendem a demandas de investimentos especulativos, reserva de valor, conversão de moeda e de pagamentos. Além disso, as DeFi estão ganhando espaço ao oferecer novos serviços aos usuários.

Um dos outros problemas dos criptoativos, diz o FMI, é que suas ofertas vêm com problemas de segurança cibernética e operacional. Além disso, há problemas com dados.

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