99% dos brasileiros desconhecem o que são criptomoedas, mostra pesquisa

Apesar de ontem (31) bitcoin e blockchain completarem 13 anos e dos preços recordes da moeda, o conhecimento sobre moedas digitais no Brasil e em outros mercados como os Estados Unidos (EUA) é baixíssimo. Uma pesquisa mostrou que 99% dos brasileiros desconhecem o assunto criptomoedas. No total, 98% das mais de mil pessoas que responderam ao levantamento global não sabem do que se trata.

A pesquisa é da CryptoLiteracy.org, uma iniciativa da Coinme, a mesma que instalou caixas de criptos no Walmart dos EUA. Esse descompasso entre o preço das criptos e o que se sabe sobre o assunto comprova, portanto, que moedas digitais são ainda um nicho.

Na pergunta “qual é a oferta máxima de bitcoin”, 51% dos brasileiros disseram que não sabem. Para 36%, a quantidade é infinita, enquanto 5% disse que é ´de 50 milhões e para 2%, é de 15 milhões. Apenas 6% deram a resposta certa, que é de 21 milhões. O interesse em BTC se deve exatamente principalmente por conta dessa quantidade limitada.

Nos EUA, 9% deu a resposta certa e no México, 5%. É possível ainda participar da pesquisa, que continua aberta no site da Cryptoliteracy. De acordo com o Coindesk, que participa da iniciativa, mais de 1 mil pessoas responderam nos EUA e milhares em outros países.

Renda é um dos fatores que dificulta uso de criptomoedas por brasileiros

O Coindesk lembra que os resultados sugerem que as criptomoedas ainda não conseguiram fazer a inclusão financeira que se espera. E um dos motivos é o tipo de pessoa que entra em criptos, em geral jovens e com bom nível de educação e de renda. As respostas baixas em países como o Brasil também são um indicativo.

Um dos problemas dessa falta de inclusão é que comprar e fazer transações com criptomoedas não é algo tão simples para quem nem bancarizado é. Em primeiro lugar, é preciso entender ao menos um pouco de investimentos e o Brasil, por exemplo, padece de falta de educação financeira. A renda daqui também é baixa para a maioria da população, que não tem sobra no final do mês para investir. Aliás, o mês é mais longo do que a renda para muita gente.

É ainda necessário ter dispositivo eletrônico e internet. E para completar, saber usar esses dispositivos para investimentos. Além disso, bitcoin e outras moedas são mais reserva de valor do que moedas de pagamentos. Quase não há lugares com placas de “Aceita-se bitcoin” ou outra criptomoeda. As barreiras para brasileiros usarem criptomoedas são, portanto, muitas para se esperar inclusão financeira alta pela via das moedas digitais.

Toda semana deste mês, o site vai falar de um assunto sobre cripto e tem material educativo sobre o tema.