O Itaú, por meio do Itaú Personnalité, vai oferecer o ETF de criptomoedas da Hashdex. ETFs são fundos que tentam acompanhar índices e, nesse caso, é o Hashdex Nasdaq Crypto Index.
Com isso, o Itaú é o primeiro dos “bancões” a oferecer um produto exposto a criptomoedas. Portanto, se rendeu à demanda dos clientes pelo produto. Essa demanda cresceu aqui e fora, dizem os gestores de recursos, com a alta do bitcoin e outras criptomoedas.
É também uma mudança de postura, já que numa disputa no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), o banco disse que as criptomoedas eram usadas para fraudes. A disputa é contra corretoras, porque “bancões” deixaram de atendê-las.
O ETF deve ser o primeiro a ser negociado na B3 e ainda está em período de oferta. A previsão é que a negociação comece no próximo dia 26 de abril. O Itaú, junto com o BTG e a Genial, participaram do lançamento do fundo.
De acordo com Eric Altafim, líder de produtos e mesas corporate do Itaú BBA, o banco estuda as moedas digitais de banco central (CBDCs), as stablecoins e as criptomoedas clássicas, como bitcoin, “que em geral não têm lastro que justifique o valor, mas que têm muito valor.
Além disso, o banco estuda os tokens, “o que são uma revolução gigantesca para tudo o que a gente conhece no mercado financeiro”. Segundo ele, os tokens “têm um potencial muito interessante para fazer essa evolução do mercado, considerando exemplos como os tokens de precatório, de crédito de carbono e de times de futebol”.
Altafim deu a declaração durante o podcast “Criptomoedas: agora dá para investir também no Itaú”, nesta quarta-feira.
Para Stefano Sergole, diretor de distribuição da Hashdex, o mercado de criptomoedas depende de adoção, de conhecimento e de educação. “Quanto mais pessoas participarem, o mercado tende a ficar mais maduro.”
Para quem está acostumado com o mercado tradicional, é preciso considerar que as métricas de avaliação dos ativos são diferentes das usadas no mercado de criptos.
“Não dá para atribuir nada das métricas do mercado tradicional, que têm pouco impacto na indústria de criptomoedas”, afirmou Sergole. Altafim concordou.