2TM investe na Cerc e ajuda a financiar emissão de tokens de ativos que Mercado Bitcoin venderá

Mercado Bitcoin e Cerc pretendem lançar token em 2022.

O Grupo 2TM, que controla o Mercado Bitcoin (MB), liderou um investimento de R$ 90 milhões na Central de Recebíveis (CERC) para viabilizar a emissão de tokens com a registradora de ativos. O primeiro deverá ser de recebíveis de cartões em 2022. Assim, o MB está financiando os tokens que vai emitir e vender. Além de se tornar sócio da empresa, num percentual que não revelaram, mas que o aproxima de várias possibilidades de negócios.

A geração desses recebíveis acontece quando um lojista antecipa o valor que tem a receber das vendas por cartão. Quem antecipa o valor para o lojista é uma credenciadora de cartão, como a Alelo e a Cielo. Mas, pagam o valor ao lojista com um desconto. E depois, vão receber esse valor cheio, quando o comprador pagar sua fatura de compras. Essa antecipação de recebíveis precisa ter registro numa empresa como a Cerc.

A Cerc já usa blockchain para registros de duplicatas, como o Blocknews antecipou no ano passado. É um acordo com outras registradoras e a B3.

Com o acordo que a Cerc e o Mercado Bitcoin anunciaram hoje (11), o que querem tokenizar é um ativo que não é deles. Para isso, pretendem inserir todos os atores da cadeia no negócio. E esperam fazer isso nos próximo meses.

Mercado Bitcoin e Cerc querem propor novas regulações

No entanto, isso é só parte do acordo. As empresas querem desenvolver outros produtos e propor novas regulações que permitem a comercialização deles. No anúncio do acordo, ambas repetiram a questão da regulação várias vezes. Isso porque o Brasil não permite diversas formas de tokens.

As empresas não deram maiores detalhes sobre como será o token e como vai ser o cálculo do retorno, por exemplo. E nem quais as possibilidades sobre isso que estão em estudo.

“Acreditamos que este é somente o primeiro passo na construção do mercado de capitais 2.0, com tecnologia que tem base em ciência de dados e blockchain, contando com uma regulação. Enxergamos potencial absoluto para guiarmos juntos o mercado de criptomoedas para o mainstream do mercado”, diz Marcelo Maziero, sócio-fundador da CERC, num comunicado das empresas. 

Segundo Roberto Dagnoni, CEO do 2TM, o token poderá dar acesso a investidores de menor porte, uma vez que hoje os grandes do mercado fazem esse tipo de investimento. Isso é exatamente o que a tokenização permite, ao fracionar ativos que só se vende em bloco ou que têm custo unitário alto.  

Executivos da 2TM e da Cerc já se conhecem há muito tempo, desde o tempo em que trabalharam juntos na Cetip, que a B3 comprou em 2017. Já os outros investidores na rodada são os mesmos que já investem na Cerc, como Valor Capital, GP, Parallax.

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