A rede Ethereum, referência de negócios em blockchain pública, vai falhar se deixar de fazer três transições técnicas, segundo Vitalik Buterin, seu criador. As transições se referem a “todo mundo se descolar para rollups”, a “todo mundo mudar para carteiras em contratos inteligentes” e em garantir que transferências de recursos preservem a privacidade, inclusive em todos os dispostivos em desenvolvimento.
Num post em seu blog, Vitalik disse que é preciso fazer as mudanças porque a Ethereum está passando de um “jovem experimento tecnológico para um stack tecnológico”, ou seja, um conjunto de tecnologias. Assim, quer garantir que os usuários continuem optando pela rede que é aberta e descentralizada.
“O triângulo da transição do ecossistema. Você pode apenas pegar 3 de 3”, afirma Buterin.
De acordo com Buterin, sem uma transição para os rollups, a rede Ethereum vai entrar em colapso porque cada transação custa US$ 3,75 “(US$ 82,48 se houver outro mercado em alta) e todo produto com foco em mercado de massa esquece sobre a rede e adota alternativas centralizadas para tudo”.
Rollups é um termo típico da Ethereum. Como a rede começou a ficar congestionada e com tarifas mais altas com o crescimento de usuários, a saída foi fazer transações em outra blockchains e enviar os dados comprimidos para registro na Ethereum. Isso aumentou a velocidade e reduziu custos.
Em relação à segunda transição, que é usar carteiras com base em contratos inteligentes, sem isso os usuários ficarão com receio de armazenar seus recursos e outros ativos não financeiros em carteiras. O resultado é que irão para as exchanges centralizadas, afirma Buterin.
E completa o triângulo a necessidade de preservar a privacidade para a Ethereum não falhar como solução, porque ter todas as operações públicas “para literalmente todos verem é um sacríficio muito alto para alguns usuários e então todo mundo vai para soluções centralizadas que escondam ao menos parte de seus dados”, completa.
No entanto, Vitalik reconhece que essas transições são um desafio porque envolve uma coordenação intensa para resolvê-las. “Não são apenas características dos protocolos que precisam melhor. Em alguns casos, a maneira como interagem com Ethereum precisa mudar de maneira fundamenta. E isso requere mudanças profundas de algumas aplicações e carteiras”, afirma.
O post em seu blog tem relação com o que chama de trilema das blockchains, ou seja, as questões de descentralização, escalabilidade e segurança. O ideal é que as redes tenham as três em algo grau, mas ele afirma que só conseguem ter duas das três.