Atualização de reportagem publicada em 3 de setembro, agora com dados da Vale exclusivos para o Blocknews.
A Vale realizou, no dia 3 de setembro, a primeira venda de minério de ferro usando blockchain para emissão de carta de crédito. Para essa operação, a empresa usou a plataforma Contour, rede formada por bancos e focada em comércio exterior, que é baseada na solução Corda da R3. Mas poderá usar outras plataformas no futuro, disse a empresa ao Blocknews.
“A Vale trabalha com vários prestadores de serviços de blockchain. Continuaremos a implementar a nossa estratégia digital e é possível que realizemos testes com outras plataformas num futuro próximo”, afirmou a Vale.
A carta de crédito foi feita para um carregamento de 176 mil toneladas do Brazilian Blend Fines (BRBF) que partiu do Terminal Marítimo Teluk Rubiah, na Malásia, e teve como destino final a China onde foi entregue para a Nanjing Iron & Steel Group International Trade Co. Ltd..
No processo tradicional, há dezenas de trocas de e-mails, inclusive para a discussão de cláusulas e emendas. Além disso, não há visibilidade de quando a a carta de crédito é emitida e os documentos são impressos e enviados em papel por serviço de entrega.
Com blockchain, há menos e-mails, as emendas são rastreadas e acordadas por todos na rede, não h´auso da Swift, a confirmação da carta é feita pela plataforma e há transparência em tempo real, disse a empresa (ver infográficos) nesta reportagem.
“O prazo de conclusão das transações provavelmente será reduzido, mas o mais importante para a Vale é que a tecnologia blockchain oferece mais segurança, transparência e visibilidade em tempo real para todas as partes envolvidas, além de reduzir a quantidade de e-mails e documentos compartilhados”, disse a empresa com exclusividade ao Blocknews.
Enquanto a carta de crédito foi emitida por blockchain, os documentos de navegação e embarque foram enviado por eSS DOCS, uma solução financeira SaaS (Software as a Service) e de tecnologia para cadeia de suprimentos focada em exportação e logística.
“Este é um marco importante rumo à digitalização do processo de vendas ao trazer inovação para as transações que normalmente demandam um grande uso de papel e ao oferecer um nível de serviço mais elevado para os clientes, além de previsibilidade na cadeia de valor do aço”, afirmou a empresa em comunicado.
A transação teve o suporte dos bancos DBS Bank Ltd e Standard Chartered Bank Malaysia Berhad, dois dos bancos que fazem parte da Contour.
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