Telefónica e Alastria, associação da Espanha, fecham acordo para incentivar uso do Fabric

Keiji Sakai vai cuidar de startups em que investe. Foto: Shuttersnap

A Telefónica e a Alastria, associação espanhola que promove o uso de blockchain corporativo, fizeram um acordo para que a empresa forneça a instalação e operação e de uma rede privada baseada em Hyperledger Fabric para os sócios da entidade usarem.

A Alastria tem mais de 500 membros de todos os tamanhos. A Telefónica é um dos fundadores. E ambas são também membros do projeto Hyperledger da Linux Foundation.

De acordo com a Telefónica e a associação, o projeto “habilitará uma das primeiras e mais ambiciosas redes multiuso empresarial do mundo”. Além disso, o custo para os associados será bem menor do que o de construção, operação e manutenção de grandes infraestruturas descentralizadas.

Montse Guardia, diretora geral da Alastria, disse ao Blocknews que há empresas da associação que já testam o Fabric. Porém, muitas precisam de um acordo de serviços. Ou seja, precisam que uma empresa faça a operação da rede e acompanhe as provas, por exemplo.

Isso porque há associados que não têm uma área de TI ou têm uma área muito forte em blockchain. Fora isso, estão fazendo provas muito sensíveis que precisam de uma apoio para também minimizarem riscos.

Telefónica usa blockchain no Brasil

A Telefónica já utiliza blockchain, por exemplo, no rastreamento de roteadores em alguns países, inclusive no Brasil. O acordo com a Alastria é por meio da Telefónica Tech, seu baço de negócios digitais de cloud, segurança cibernética, internet das coisas (IoT) e blockchain.

A nova rede terá duas versões. Uma delas será aberta, compartilhada e sem custos para os associadas. O objetivo é que façam provas de conceito ou projetos produtivos com baixa demanda.

Já a outra é fechada e paga. Assim, será para sócios que precisam de níveis de resposta personalizados e mais garantidos para casos mais sensíveis.

Um ponto importante da nova rede é que as empresas poderão usar a Alastria ID, desenvolvida pelos membros da associação, afirmou Montse.

Alastria busca interoperabilidade

A Alastria é agnóstica e a ideia é que os membros usem as melhores possiblidades existentes. Já desenvolveu redes baseadas em Ethereum. Uma delas é chamada de rede T, baseada na Quorum – criada pelo JP Morgan e que agora é da Consensys – e outra é a B, feita na Hyperledger Besu.

A Alastria está trabalhando para convergir as duas. A rede T está com cerca de 155 nós. “Há muita resiliência aí para manter a infraestrutura funcionando, é muito estável”. Na B, mais nova, há cerca de 25. è menos nos é muito nova.

“Quorum tem muita relação com Besu e no futuro achamos que vão convergir. Estamos trabalhamos para ver as vantagens e como fazer isso. Vamos trabalhar na interoperabilidade”, completou a diretora da Alastria.

Há membros da Alastria que já fazem testes na Fabric. Espera-se que o acordo facilite esses testes e a adoção da tecnologia por novos membros que entrariam na nova rede, chamada de H. “Queremos fazer uma mudança em todos âmbitos”, disse Montse.

A rede também poderá se conectar com a infraestrutura europeia de blockchain, a European Blockchain Service Infrastructure (EBSI).

Vacinas em blockchain

O projeto em Hyperledger Fabric na Alastria começou em 2019. O ponto era criar essa rede e como interconectá-la com outros dentro do ecossistema.

“A rede é uma alternativa aos sócios que precisa implantar aplicações descentralizadas em níveis de serviços exigentes e personalizados que até agora não podiam ser executados com os modelos em colaborativos em operação”, disse José Luis Núñez, líder da Telefónica Tech.

A Alastria trabalha em várias frentes e uma delas é relacionada à Covid-19. A associação promoveu a formação de um consórcio entre seus membros do setor de saúde e de tecnologia para desenvolver aplicações com blockchain para rastreamento das vacinas e de vacinação. O projeto começou em março e está em testes.

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