Acusada em 2017 de vender carne de gado criado em áreas desmatadas ilegalmente na Amazônia, a JBS anunciou hoje o lançamento do ‘Juntos pela Amazônia’, um programa que usará blockchain para a verificação da origem da carne e com um fundo para incentivar a conservação e o desenvolvimento do bioma da Amazônia.
Por conta de produção na Amazônia, clientes em outros países deram o recado e seus governos afirmaram que não comprariam carne vinda ilegalmente da floresta. Investidores estão cada vez mais atentos a esses movimentos, que ao final podem ter impacto no balanço financeiro das empresas.
O uso de blockchain tem sido citado por ambientalistas como uma forma de garantir que produtos sejam rastreados para que não venham de áreas de desmatamento ilegal.
Blockchain é a parte crucial
O programa do frigorífico tem quatro pilares: desenvolvimento da cadeia de valor, conservação e reflorestamento da floresta, apoio às comunidades e desenvolvimento científico e tecnológico.
No primeiro pilar – o mais crucial em relação ao negócio da JBS – , será usada blockchain para registro e checagem de informações sobre o gado em etapas anteriores à dos fornecedores diretos. Será feita uma campanha para que os fornecedores entrem na sua Plataforma Verde.
A empresa diz que analisa mais de 50 mil propriedades de fornecedores de gado para sua produção na região amazônica, uma área maior do que a Alemanha.
Os outros três pilares serão operacionalizados com o Fundo JBS para a Amazônia. Serão investidos R$ 250 milhões nos próximos 5 anos e espera-se conseguir contrições de terceiros, elevando o valor para US$ 1 bilhão em 2030.
O fundo será dirigido por Joanita Maestri Karoleski, ex-CEO do também frigorífico Seara. O conselho consultivo terá profissionais como Carlos Nobre, cientista e pesquisador da Universidade de São Paulo (USP), Caio Magri, CEO do Instituto Ethos, Marcelo Britto, presidente da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag) e o presidente do Carrefour, Noël Prioux.