A Microsoft, a Alibaba e universidades dos Estados Unidos (EUA) e da China desenvolveram um sistema de incentivos na rede blockchain Ethereum para combate à pirataria. Os detalhes estão num artigo que o grupo publicou, chamado “Argus: um sistema de incentivos totalmente transparente para campanhas anti-pirataria. É, até onde se sabe, o primeiro programa do tipo.
“A inovação do Argus está em formular objetivos para mecanismos de incentivos totalmente transparentes”, diz o artigo. A Microsoft anuncia o sistema após após aposentar o Azure Blockchain e direcior seus clientes para a ConsenSys e o Hyperledger Besu. Essa decisão foi anunciada em maio passado. Quanto à Alibaba, é uma das empresas que mais tem patentes relacionadas a blockchain no mundo.
A razão para usar blockchain é, de acordo com o grupo, o fato de que “pirataria é fundamentalmente sobre disseminar conteúdos que tenham direitos autorais fora dos canais legítimos de distribuição”. Portanto, uma questão central sobre anti-pirataria é “como incentivar as pessoas a reportar cópias piratas”.
Já há alianças de empresas que têm campanhas de incentivos, mas a efetividade é questionável porque falta transparência. Assim, Microsoft e Alibaba acreditam que uma transparência total é a solução entre todos os envolvidos, do dono do conteúdo até quem relata o problema.
Microsoft diz que custo na blockchain é muito baixo
Segundo o artigo, além de eficiente, o sistema é viável economicamente. Isso porque pode rodar numa blockchain pública (não permissionada), que pode atingir uma taxa de transferência offchain de 82,6 transações de dados por segundo por máquina. E ainda pode ter um custo equivalente onchain muito pequeno, equivalente a transferências de 14 ETH por operação na rede Ethereum.
Durante a implementação, o grupo diz que conseguiu resolver obstáculos para dar segurança apesar da transparência total. E otimizaram várias operações criptográficas. Dessa forma, o custo de reportar uma pirataria cai para o custo equivalente de enviar transações de cerca de 14 ETH, o que corresponderia a milhares de transações.
“Fazer o design desse mecanismo tem sido mais uma arte criativa do que um exploração sistemática e disciplinada. Atualmente, não há uma boa estrutura para avaliar designs e sistemas atuais. O maior valor essencial do nosso trabalho não é o Argus, mas a abordagem que levou a esse design e à implementação dele.”