Em tempos de coronavírus, monitoramento de produtos e compartilhamento de informações confiáveis, além de transparência, são mais do que fundamentais. Por isso, há diversas iniciativas em blockchain no mundo para ajudar no combate à pandemia. Vão de plataformas para evitar fraudes na distribuição de máscaras à detecção de fake news a localização de contaminação.
São iniciativas de startups e empresas consolidadas, como IBM e Oracle, a governos. E muitas são disponibilizadas de graça. Na Espanha, por exemplo, combalida pelo coronavirus, há diversas iniciativas gratuitas.
Quando tudo voltar ao normal – seja lá o que for o normal a partir de agora -, a avaliação dessas iniciativas certamente vai contribuir para uma avaliação mais precisa de quando, para que e qual o resultado possível do uso de blockchain. O que, ao final, pode incentivar não só o uso, mas a aplicação correta da tecnologia.
Onde está o perigo
IBM, Microsoft e Oracle, anunciaram uma iniciativa com a Organização Mundial do Comércio (OMS) neste final de semana. Junto com outros participantes, como Hacera, União Europeia, governo da China e John Hopkins University, criaram a plataforma MiPasa, para detectar locais de infecção e prever tendências de infecções a partir de dados de indivíduos. Além de blockchain, a ferramenta usa inteligência artificial.
Numa linha semelhante, a Fundação Algorand, de Singapura, criou o aplicativo IReport-Covid para que as pessoas coloquem informações sobre coronavírus. Como a iniciativa MiPasa, os dados ficam guardados de forma confiável, já que são criptografados e se usa rede blockchain.
Para nunca esquecer
A biblioteca digital NotForgotten, que usa blockchain em seu trabalho de armazenar informações para sempre, divulgou hoje (30) que vai disponibilizar 200 arquivos para que sejam preenchidos com informações relacionadas à pandemia. No mundo da internet, o que se acha hoje numa busca na web pode ficar muito difícil de ser encontrada daqui a alguns anos.
Com a NotForgotten, as pessoas podem gravar um vídeo sobre qualquer aspecto de suas experiências durante a pandemia por meio de um aplicativo. Isso permitirá que no futuro, os historiadores “tenham um relato da vida real da experiência coletiva e individual das pessoas”, disse a empresa.
Na Espanha, solidariedade
Na Espanha, na indústria de blockchain se vê empresas criando e até dando suas soluções e produtos para projetos ligados ao coronavírus, segundo o site BlockchainEconomía. Um exemplo é a Supervecina.com, que permite encontrar quem queira ajudar um vizinho nestes tempos de isolamento, por exemplo, para fazer compras. A NeoCheck ajuda os trabalhadores autônomos. A plataforma viabiliza a validação de identidade remota e assinatura de contratos online. Tudo gratuito.
A Castroalonso busca fake news e campanhas que distorcem informações sobre Covid-19. E um grupo de empresas e a Fundación Cotec, de tecnologia, está dando a apoio a outras empresas que fazem produtos EPI como máscaras, e respiradores.
Controle de máscaras
Na Ásia, a primeira região a ser atingida pelo coronavírus, foi onde se viram também muitas das primeiras iniciativas em blockchain. Como a do governo de Taiwan, que criou dois projetos com a empresa FiO, de SasS-blockchain, para controlar a logística de entrega de máscaras cirúrgicas.
Em fevereiro, o governo teve de racionar a venda de máscaras porque havia num determinado momento 4 milhões de unidades no estoque, para uma população de 23 milhões de pessoas, segundo o Centro de Comando de Epidemias de Taiwan (CECC).
Muito antes do vírus fazer estragos enormes nos Estados Unidos (EUA), a a Acoer, que desenvolve aplicações em blockchain, disponibilizou sua ferramenta de visualização de dados HashLog para que seus clientes das áreas de saúde e jornalistas acompanhem a expansão da doença. A plataforma consolida dados de diferentes fontes, inclusive do governo norte-americano.