A ConsenSys, que desenvolve softwares de blockchain e foi fundada por Joe Lubin, co-fundador da Ethereum, acaba de anunciar a compra, hoje (25), da compra da plataforma Quorum, do J.P. Morgan. Desde o início do ano as empresas vêm discutindo o assunto, segundo fontes que acompanhavam a negociação.
O banco criou a rede de pagamentos Interbank Information Network (INN), que tem mais de 300 bancos, na plataforma Quorum e esse projeto continua, disse o J.P. numa entrevista nesta manhã, segundo a Reuters. Os brasileiros Bradesco, Banco do Brasil, Itaú e Daycoval usam a IIN. Santander também está na rede.
Desde o final de 2019, a Consensys reduziu em cerca de 25% seu número de empregados e separou a parte de software da área de venture capital, indicando uma dificuldade de mercado. Ao mesmo tempo, poderia estar se preparando para a chegada do J.P. de alguma forma. Além de comunicar a compra da plataforma, a empresa anunciou que o J.P fará um investimento na empresa para que desenvolvedores criem as redes da próxima geração e empresas tenham infraestrutura financeira mais robusta.
Informações divulgadas há duas semanas afirmavam que o J.P. preparava um investimento de US$ 20 milhões (cerca de R$ 120 milhões), que seriam parte de um acordo de conversão de US$ 50 milhões (cerca de R$ 180 milhões) em dívida.
Suporte à Quorum
Com o acordo, a ConsenSys diz que passa a oferecer produtos, serviços e suporte para a Quorum, o que vai acelerar a capacidade da plataforma de oferecer, por exemplo, funcionalidades relacionadas a ativos digitais e documentação.
Os mapas de engenharia dos protocolos das duas empresas serão combinados para se usar o melhor de ambos, afirmou a Consensys. Todo o protocolo do Enterprise Ethereum da empresa ficará sobre a marca ConsenSys Quorum. Os desenvolvedores poderão fazer suas escolhas.
A Quorum continuará sendo de código aberto e será interoperável com outros produtos da Consensys. O banco J.P. Morgan será cliente da ConsenSys para os aplicativos na Quorum.
Amigos de longa data
Alguns pontos facilitaram a negociação, como o fato de ambas trabalharem juntas nos primórdios da rede Ethereum, quando ainda nem havia blocos formados, usarem essa solução e criarem a Enterprise Ethereum Alliance. Chegaram inclusive a atender clientes juntos, caso da Covantis, empresa de exportadores de grãos que lançaram um projeto em blockchain no Brasil, como noticiou o Blocknews.
“A criação da Quorum foi a primeira do J.P. em termos de desenvolvimento de seu próprio protocolo blockchain e de um software de código aberto para a comunidade de desenvolvedores”, disse Umar Farooq, responsável global de Blockchain do banco. De acordo com Lubin, a ideia é unificar a base de clientes em Hyperledger Besu com a Quorum.
Recentemente, o head de ativos digitais do banco foi para o Goldman Sachs, que anunciou um novo executivo global para a área e planos de desenvolver soluções blockchain e potencialmente, uma moeda criptografada.