Nascida para dar mais confiabilidade em transações, a tecnologia blockchain faz parte do negócio de 26 startups que atuam em segurança cibernética. Esse grupo representa 15% do total de startups nessa área. E que crescem junto com os ataques de hackers que podem atingir qualquer um, como aconteceu com a JBS, a rede Poly e o Tesouro Nacional do Brasil.
De acordo com levantamento do hub Distrito, essas startups empregam 220 pessoas e 3 receberam um total de US$ 538 mil em investimentos desde 2016. O relatório considera as startups que surgiram desde 2006 – naquele ano foi apenas 1 delas. Portanto, antes da divulgação do white paper de Satoshi Nakamoto sobre bitcoin, em outubro de 2008. O ano de maior criação dessas startups que aliam blockchain e segurança cibernética foi em 2018, com 7 delas.
Segundo o relatório “Como a blockchain está revolucionando o panorama de cibersegurança”, as soluções brasileiras de blockchain relacionadas a cybersecurity, tal como o restante do ecossistema, estão em desenvolvimento e em busca de se firmarem em um mercado que ainda não apresenta um grande número de empresas consolidadas. O segmento ainda está muito conectado com o mercado de criptoativos, oferecendo possibilidade de transações, compras e armazenagem”.
Dessa forma, diz o Distrito, espera-se que mais soluções de blockchain em segurança cibernética associadas a áreas fora de criptoativos, apareçam com o passar dos anos. Assim, “espelhando o mercado internacional.”
Como definir uso de blockchain em segurança cibernética
Para Marcos Sarres, CEO da GoLedger, antes de mais nada, uma empresa ou governo precisa fazer algumas perguntas para saber onde blockchain pode resolver problemas em segurança. Uma delas é sobre quais processos precisam de etapas de conciliação, ou seja, em que uma equipe se mobiliza com frequência para analisar dados de diferentes origens e aí continuar o processo. Um outra é quais sistemas usam robôs para baixar informações de diversas bases e gerar novos resultados.
O Distrito cita que conforme indicou relatório do Inovabra do Bradesco, das startups que trabalham com blockchain em segurança cibernética, se destacam as soluções de serviços financeiros. Essas representam 49,7% do total.
Rodrigo Uchoa, líder de digitização da Cisco, afirmou que blockchain se destaca nesse setor porque é “extremamente centralizado e controlado”. Criações como os tokens não-fungíveis (NFTs) e finanças descentralizadas (DeFi) também deve puxar esse movimento de transformação do setor. Uma outra área de grande potencial para blockchain em segurança é a de saúde, completou. Isso porque aí se pode integrar dados de diferentes origens e confidenciais.
Startups receberam US$ 1,3 bi no mundo desde 2013
Das startups de segurança cibernética no Brasil, 45 receberam US$ 388 milhões em investimentos desde 2013, sendo US$ 282 milhões nos últimos dois anos. Aliás, uma delas se tornou unicórnio, a Unico, ex-Acesso Digital.
No mundo, as startups receberam US$ 1,3 bilhão de funding desde 2018. Os maiores investidores internacionais são Digital Currency Group, Kenetic, Collaborative, Blockchain Capital e Slow Ventures. Já o país que tem mais soluções são os Estados Unidos (46).