Exportadores agrícolas lançam oficialmente, e no Brasil, plataforma blockchain para soja e milho

Petya Sechanova, CEO da Covantis, tem plano de expandir a plataforma para mais países. Foto: Covantis.
A Covantis vai lançar, oficialmente, sua plataforma blockchain para operações de exportação de produtos agrícolas. A rede estava em teste desde 2020 para cargas de soja e milho a granel do Brasil para a China,

A Covantis está lançando, oficialmente, sua plataforma blockchain para operações de exportação de produtos agrícolas. O teste aconteceu em 2020 e janeiro passado para cargas de soja e milho a granel do Brasil para a China, conforme o Blocknews reportou, com exclusividade.

A empresa é uma iniciativa das gigantes do comércio agrícola ADM, Bunge, Cargill, Louis Dreyfus Company e Viterra, empresa da Glencore. Há ainda a Cofco, maior processadora e comercializadora de alimentos da China.

Agora, além da China, os carregamentos sairão do Brasil para outros mercados. A Covantis aproveitará, assim, o início do período de exportações das commodities no país. Mas, a partir de 2022, a previsão é que a plataforma vai atender carregamentos saindo de outras origens.

A CEO da Covantis, Petya Sechanova, disse ao Blocknews que os testes com carga aconteceram entre julho e agosto de 2020 com 11 participantes. “Estimulamos a colocarem todos os seus carregamentos na plataforma.” A quantidade não foi informada. Houve outro teste em janeiro passado.

A plataforma blockchain representa uma inovação enorme no setor. Petya sempre diz que o comércio global mudou quase nada nos últimos cem anos. É o mesmo que falam outros profissionais que criaram soluções digitais e em blockchain para o setor. Por exemplo, os criadores da Fertilizer Exchange e da Rice Exchange.

De acordo com o grupo, o carregamento de grãos e oleaginosas gera mais de 25 mil e-mails para cada um dos carregamentos marítimos feito num ano, ou mais de 275 milhões de emails anuais. Fora as toneladas de papel usadas e a repetição de tarefas.

Plataforma terá mais funções

“Lançamos a plataforma há duas semanas com suas primeiras funcionalidades. Mas, planejamos continuar o desenvolvimento e a extensão de suas capacidades.”, completou. Sua estimativa é de cerca de 12 a 18 meses para comparar essa solução aos procedimentos anteriores.

A governança da plataforma blockchain tem formato centrado no cliente. Portanto, clientes e usuários passam para a Covantis o que acham das funcionalidades e no que a empresa deve focar. “Isso é feito a com ferramentas e metodologias específicas para esse design”.

É bastante comum quem implementa blockchain dizer que a parte mais difícil é definir a governança.

Os membros da rede da Covantis podem escolher entre usar um nó sozinhos ou, então, fazerem parte de um nó compartilhado.

Para Petya, o mais difícil até agora foi definir e desenvolver as primeiras e válidas funções da plataforma. Isso porque a Covantis criou algo do zero e que nunca houve mercado, já que tudo era feito manualmente.

Além disso, fez treinamentos e integrações dos participantes remotamente. Sobre como é usar a solução, é preciso mais tempo para saber. De acordo com a Covantis, centenas de usuários em mais de 30 países receberam treinamento para se integrarem à plataforma.

Para o futuro, o plano é aumentar o que a rede pode fazer, assim como aumentar o número de participantes. “Estamos integrando a próxima onda de empresas para usarem a plataforma a partir do final de março. Assim, cobriremos a maioria dos carregamentos agrícolas exportados do Brasil”.

Exportadores trabalham há 2 anos

O teste começou no Brasil devido à sua importância como exportador e da burocracia. O país é o maior produtor e exportador mundial de soja. Em 2021, deve bater recorde. A estimativa do setor é de uma produção de 132,6 milhões toneladas e exportação de 83,5 milhões de toneladas.

Uma vez que o projeto foi lançado no Brasil, a Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) também tem tido um papel importante na iniciativa.

A iniciativa começou a ser construída em 2018. “Avançamos da identificação das necessidades para um trabalho com participantes do setor na cadeia de suprimentos”, completou Petya.

Antes de assumir a Covantis, a executiva passou 11 anos na Cargill. A empresa está registrada em Genebra, na Suíça. O principal fornecedor técnico é a ConsenSys. Portanto, o projeto está baseado em Ethereum. A Microsoft, com o Azure Cloud, e a empresa de TI Cognizant também são parceiros.

Reportagem atualizada dia 26 de fevereiro às 10h15 com entrevista exclusiva da CEO da Covantis, Petya Sechanova.

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