Perguntas para sua empresa avaliar se adota blockchain, segundo Maurício Magaldi

Adotar uma nova tecnologia é um processo sensível nas empresas, governos e instituições sociais, ainda mais quando se trata de algo tão novo como blockchain. Essa tecnologia tem várias utilidades e pode transformar processos de uma forma profunda, mas é preciso avaliar bem quando e como usar.

Maurício Magaldi, coordenador da comunidade Hyperledger (capítulo Brasil), mentor de startups baseadas em blockchain e host do BlockDrops Podcast, explica como avaliar a melhor solução sem se deixar levar nem pela moda, nem pelo medo.

BN: Quais são as 5 perguntas básicas que uma empresa deve fazer ao avaliar se deve adotar a tecnologia blockchain?
MM: A primeira pergunta a ser feita é: o problema a ser resolvido é um problema de negócios? Adotar tecnologia pela tecnologia raramente resolve um problema de negócios de uma maneira sustentável.
A pergunta seguinte é: esse problema envolve um ecossistema de participantes? Uma rede blockchain para um único participante tem baixas chances de escalar e há outras tecnologias que podem ser mais facilmente utilizadas
Outro ponto fundamental: existe um “ativo” bem definido que é transacionado entre os participantes? Isso porque o produto ou serviço ou valor que os participantes trocam entre si nessa cadeia de valor precisa estar definido e acordado entre eles (modelo de dados).
A quarta pergunta é: o processo de negócios requer um nível de confiança que não existe atualmente? Se os processos geram disputa entre os participantes, existe valor a ser capturado na primeira interação da rede pelo blockchain.
E por fim, é preciso saber: não há nenhuma outra tecnologia que já resolva esse problema de uma outra maneira? Porque aprender e desenvolver uma solução em uma nova tecnologia pode ser menos eficiente e mais caro do que adotar uma tecnologia já provada

BN: Quem deve ser envolvido nos processos de decisão e acompanhamento de uma eventual implantação de blockchain na empresa?
MM: As empresas devem criar um grupo multidisciplinar que tenha profissionais de negócios de todos os participantes fundadores, os nós da rede, porque sem benefícios de negócio não se justifica um projeto. Os profissionais de tecnologia que também entrarem nesse grupo devem dominar as tecnologias envolvidas, porque nunca se trata apenas de blockchain. É sempre blockchain mais alguma outra solução. E os reguladores devem ser incluídos, se a mudança for um caso de uso muito disruptivo para aquela indústria.

BN: Quais os 3 pontos básicos para se considerar ao escolher com qual plataforma trabalhar?
MM: São a versatilidade, ou seja, flexibilidade x especificidade; a disponibilidade da plataforma comparando cloud e on premise; e a comunidade de suporte e desenvolvimento, levando em conta as diferenças entre tecnologia proprietária e open source.

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